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Há tempo pra tudo?

Faz um bom tempo que não posto. Inicialmente porque queria pensar sobre o tema e ver qual seria a repercussão do meu último texto... E foi excelente

Me colocar no lugar de outra pessoa foi um exercício interessante. Não apenas no sentido de levantar a bandeira dos portadores de necessidades especiais, tema com que convivo desde a infância, com meu irmão apresentando distrofia muscular. Mas porque a gente costuma viver tão cheio de certezas e no ritmo de vida que nos impomos ou pelo qual nos deixamos levar, que tendemos a ficar sempre a favor de nós mesmos e achando que "são só 5 minutinhos" quando temos pressa e estacionamos nos lugares proibidos ou preferenciais, quando achamos que nossa urgência é maior que a dos outros... enfim...

Passados alguns dias, aconteceu algo inesperado: no dia 13/5 um grande amigo foi assaltado e baleado. Esse amigo é realmente grande, em estatura e tamanho de coração, em generosidade, em capacidade de batalhar belo bem da família, sendo o mais velho de 3 irmãos.
Esse amigo eu não via fazia tanto tempo... acho que o vi e sentamos para conversar animadamente pela última vez há 12 anos, perto de casar no religioso. Nos encontramos no pátio da igreja onde costumávamos cantar ao som do violão, onde organizávamos gincanas e almoços, de onde partíamos para acampamentos, onde vivemos em grupo muitas coisas saudáveis e que se tornaram base para quem sou hoje.

Desde 2007 vivia me prometendo que iria rever esse amigo, assim como os demais, de quem sentia muita falta. Dei alguns telefonemas, sempre dizíamos "precisamos marcar", "vamos combinar", "pega aí meu telefone". E o tempo se passou sem que eu concretizasse aquelas palavras.

No final de 2009, como algumas de vocês sabem, perdi um dos amigos desse grupo, em um acidente de automóvel. Nos reunimos, sim, num sentimento de profunda tristeza, de pesar, com uma dor imensa e que nos fez prometer, mais uma vez, que faríamos diferente.

O tempo passou, já faz ano e meio. E agora nos deparamos com a violência nos fazendo reunir e repensar nossos passos.

O grupo trocou e-mails e telefonemas para se comunicar, para unir esforços, pensamentos positivos, torcer para que ele sobrevivesse a perfurações em dois pulmões. Justo com ele, com o amigão, o que é como um irmão mais velho e que consegue manter um pequeno grupo ainda unido... Muitas perguntas vieram à mente de todos.

Mas dessa vez, felizmente, estamos conseguindo ver que não podemos ficar calados e acovardados diante da injustiça, da violência. Unimos esforços para que o nosso amigo, que agora já saiu da UTI e tem até perspectiva de alta, tenha uma adaptação à nova realidade, pois sua medula também foi atingida e ele passará a usar cadeira de rodas. São mutirões, orações, conversas, organização de rifas e almoços para arrecadar fundos e nos fortalecermos na fé de que as dificuldades serão superadas. De que ele não está sozinho.

Nesse momento consigo pensar que, sim, nós conseguimos ter tempo para muitas coisas. Há tempo para plantar, colher, abraçar, amar, ligar para os amigos, mas a gente se acomoda. Ou coloca outras coisas como prioridade. Mas nós podemos mudar essa realidade, sem precisar que um ato extremo nos sacuda e atinja nossas consciências...

Nunca essa canção que gostava de ouvir desde criança se fez tão oportuna:





Violência para o mundo ver

Hoje me deparei com um vídeo no Portal Terra sobre um pai que manda o filho "destruir" um amigo em uma cena de luta. O vídeo é bem claro e tem narração informando que o pai foi preso por incitar a violência entre jovens de 16 anos. 

Infelizmente não me surpreendi... Apesar de olharmos para a história humana e dizermos que acreditamos que estamos evoluindo e nos tornando mais civilizados, comportamentos como esse continuam existindo, como em séculos bem distantes. Temos farra do boi, touradas, rinha de galos, brigas de pitbulls... Coisas que há quem diga "até aí tudo bem" por não singificarem maus tratos a seres humanos. Mas se considerarmos que as pessoas envolvidas com esse tipo de "divertimento" se excitam com cenas de violência explícita, que convidam mais pessoas para fazer parte de seu "clube"... esse é um ponto a questionar.

Mas não acaba por aí. Quem não respeita a vida em geral e se diverte em espetáculos bizarros como esse parece estar extravasando uma raiva muito grande, precisa ver sangue jorrar pra lidar com seus fantasmas, suas dores, sei lá, vira sádico invertendo os valores.

A gente se espanta com cenas de violência de noticiários e tenta proteger nossos filhos de assistir? Mas quando pensamos que no seio da família é onde ocorre todo o tipo de violência, como já citei em postagens mais antigas, acho que precisamos levar em conta que pequenos gestos do dia a dia podem ser violentos também. Palavras, críticas, certos castigos e descargas de frustrações que são a prova viva da falta de argumento, de diálogo.

Nenhuma violência tem justificativa, mas por muitas e muitas vezes reproduzimos os modelos que vivemos na infância e que víamos que não davam certo. Continuamos frustrados, mas não conseguimos superar o modelo ultrapassado... Não sou especialista, mas acho muito bacana pensar na responsabilidade que, como pais, mães, tios, tias, padrinhos e madrinhas temos com colocar limites já na criança pequena que, por não ter como explicar o que sente, arranca um brinquedo das mãos do amigo, dá um tapa na irmã poque sente ciúmes ou cospe porque se sente frustrado com uma negativa a um pedido ou porque sim, é hora de ir dormir.

Uma criança que conhece limites provavelmente vá crescer lembrando que não é a única no mundo e que outras pessoas também precisam ceder em situações. Que cada um de nós faz concessões pela harmonia da casa e de outros ambientes que freqüentamos.

Por isso estou publicando o texto que segue, um convite da nossa amiga Ana Cláudia Bessa, (@anaclaudiabessa‎) à reflexão. Chama- se Carta aberta às mães e pais:

Que futuro terão nossos filhos?
Aproveitamos o sentimento de indignação e tristeza que nos abalou nos últimos dias para convoca-los para uma mobilização pelo futuro das nossas crianças. A tragédia absurda ocorrida na escola em Realengo (Rio de Janeiro) é resultado de uma estrutura complexa que tem regido nossa vida em sociedade. O problema vai muito além de um sujeito qualquer decidir invadir uma escola e atirar em crianças. Armas não nascem em árvores.
A coisa está feia: choramos por essas crianças, mas não podemos nos deixar abater pelo medo, nem nos submeter aos valores deturpados que têm regido nossa sociedade propiciando esse tipo de crime. Não vamos apenas chorar e reclamar: vamos assumir nossa responsabilidade, refletir, trocar ideias e compartilhar planos de ação por um futuro melhor. Então, mães e pais, como realizar uma revolução que seja capaz de mudar esses valores sociais inadequados?
Vamos agir, fazer barulho, promover mudanças! Acreditamos na mudança a longo prazo. Precisamos começar a investir nas novas gerações: a esperança está na infância. Vamos fazer nossa parte: ensinar nossos filhos pra que façam a deles.
Se desejamos alcançar uma paz real no mundo,
temos de começar pelas crianças. Gandhi
O que estamos fazendo com a infância de nossas crianças?
Com frequência pais e mães passam o dia longe dos filhos porque precisam trabalhar para manter a dinâmica do consumo desenfreado. Terceirizam os cuidados e a educação deles a pessoas cujos valores pessoais pensam conhecer e que não são os valores familiares. Acabamos dedicando pouco tempo de qualidade, quando eles mais precisam da convivência familiar. Assim, como é possível orientar, entender, detectar e reverter tanta influência externa a que estão expostos na nossa longa ausência? Estamos educando ou estamos nos enganando?
O que vemos hoje são crianças massacradas e hiperestimuladas a serem adultos competitivos desde a pré-escola. Estão constantemente expostos à padronização, competição, preconceito, discriminação, humilhação, bullying, violência, erotização precoce, consumo desenfreado, culto ao corpo, etc.
O estímulo ao consumo desenfreado é uma das maiores causas da insatisfação compulsiva de nossa sociedade e de tantos casos de depressão e episódios de violência. Daí o desejo de consumo ser a maior causa de crime entre jovens. O ter superou o ser. Isso porque a aparência é mais importante do que o caráter.
Precisamos ensinar nossos filhos que a felicidade não está no que possuímos, mas no que somos. Afinal, somos o exemplo e eles repetem tudo o que fazemos e o modo como nos comportamos. E o que ensinamos a nossos filhos sobre o consumo? Como nos comportamos como consumidores? Onde levamos nossos filhos para passear com mais frequência? Em shoppings?
Quanto tempo nossos filhos passam na frente da TV? 10 desenhos por dia são 5 horas em frente à TV sentados, sem se movimentar, sem se exercitar, sendo bombardeados por mensagens nem sempre educativas e por publicidade mentirosa que incentiva o consumo desde cedo, inclusive de alimentos nada saudáveis. Mais tempo do que passam na escola ou mesmo conosco que somos seus pais!
Porque os brinquedos voltados para os meninos são geralmente incentivadores do comportamento violento como armas, guerras, monstros, luta? A masculinidade devia ser representada pela violência? Será que isso não contribui para a banalização da violência desde a infância? Quando o atirador entrou na escola com armas em punho, as crianças acharam que ele estava brincando.
Nós cidadãos precisamos apoiar ações em que acreditamos e cobrar do Estado sua implementação, como o controle de armas, segurança nas escolas, mudança na legislação penal, etc. Mas acima de qualquer coisa precisamos de pessoas melhores. Isso inclui educação formal e apoio emocional desde a infância. É hora de pensar nos filhos que queremos deixar para o mundo, para que eles possam começar a vida fazendo seu melhor. Criança precisa brincar para se desenvolver de forma sadia. É na brincadeira que elas se descobrem como indivíduos e aprendem a se relacionar com o mundo.
Nós pais precisamos dedicar mais tempo de convivência com nossos filhos e estar atentos aos sinais que mostram se estão indo bem ou não. Colocamos os filhos no mundo e somos responsáveis por eles! Eles precisam se sentir amados e amparados. Vamos orientá-los para que eles sejam médicos por amor não por status, que sejam políticos para melhorar a sociedade não por poder, funcionários públicos por competência e não pela estabilidade, juízes justos, advogados e jornalistas comprometidos com a verdade e a ética, enfim!
Precisamos cobrar mais responsabilidade das escolas que precisam se preocupar mais em educar de verdade e para um futuro de paz. Chega de escolas que tratam alunos como clientes.
Não temos mais tempo a perder. Ou todos nós, cedo ou tarde, faremos parte da estatística da violência. Convidamos todos a começar hoje. Sabemos que não é fácil. E alguma coisa nessa vida é? Vamos olhar com mais atenção para nossos filhos, vamos ser pais mais presentes, vamos cobrar mais da sociedade que nos ajude a preparar crianças melhores para um mundo melhor! Nossa proposta aqui é de união e ação para promover uma verdadeira mudança social. A mudança do medo para o AMOR, do individualismo para a FRATERNIDADE e para a EMPATIA, da violência para a GENTILEZA e a PAZ.

Carta escrita por:
Ana Cláudia Bessa
Cristiane Iannacconi
Letícia Dawahri
Luciana Ivanike
Monique Futscher
Renata Matteoni


 

Dia Nacional de pensar sobre doação de sangue e fim da violência contra a mulher

Hoje é um dia especialmente importante. Não apenas porque acredito que devamos diariamente ser gratos pela vida e tudo o que ela contempla, já que é dia de #AçãodeGraças, mas porque hoje também é dia de se pensar em duas questões que são mais do que fundamentais, mas urgentes: hoje também é dia de combate à violência contra a mulher e do doador voluntário de sangue. Como já postei algumas vezes aqui sobre o segundo tema, vou retomá-lo.

Ser doador voluntário de sangue é uma escolha que envolve grande desprendimento e pouco tempo de envolvimento. Veja bem: doar sangue quando conhecemos alguém que necessita já é um ato de amor direcionado; porém dedicar uns 15 a 30 minutos a cada 4 meses para doar para alguém desconhecido... é um gesto muito bacana e que tem repercussão inimaginável!

O Hemocentro do Rio Grande do Sul ficou com estoques zerados recentemente. Ao contrário do que imaginava, pouca gente se sensibilizou com a notícia. Fiquei pensando nos motivos, mas não me cabe julgá-los. Mas me preocupa pensar que chegamos à época de maior violência no trânsito e em que doadores fazem muita falta. Nas férias, festas de fim de ano e feriadões as bolsas de sangue rareiam, porque não são muitas as pessoas que fazem a doação voluntariamente.

Ser voluntário nesse caso é escolher "fazer o bem sem ver a quem" e 1 bolsa de sangue coletado poderá ajudar até 4 pessoas! Além disso, quando for doar sangue você poderá se cadastrar como doador de medula e além de preencher um formulário só precisará testar um tantinho do seu sangue, pra ver a tipagem.

Antes de sair para comemorar o Natal e o Ano Novo, dê esse presente que não tem custo e que fará a diferença entre a vida e a ausência dela... DOE SANGUE!!!

Imagem: http://www.jornalhmonline.jex.com.br


Esse post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelo Ministério da Saúde.

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Como citei antes, também é dia de pensarmos em que mundo desejamos viver. Se há alguns dias refletíamos em blogagem coletiva sobre o fim da violência contra a criança, devemos pensar que a violência contra a mulher precisa ser combatida sobremaneira.

Uma criança que assiste agressões entre adultos pode começar sua vida pensando que esse é o jeito que as pessoas devem se relacionar: na porrada. Assim, para conseguir o que deseja, não apenas fará birra para posteriormente aprender a negociar, mas partirá para a briga para atingir sua meta. E se os adultos em questão são seus pais, que são os modelos primeiros na sua vida, qual será a tendência? - Imitar, naturalmente!

A mulher marcada pela violência doméstica e mesmo fora do lar, é uma pessoa triste. Ela é humilhada a ponto de crer que merecia apanhar ou que deva se comportar como um parceiro deseje, submeter-se, evitar confrontos, perder  opinião própria, os anseios e a liberdade de expressão para evitar que o comportamento desequilibrado se repita, como se houvesse necessidade de justificativa para o ato.

Imagem: http://www.moisessouza.com

Faz pouquíssimo tempo que as mulheres agredidas passaram a denunciar e a cobrar das autoridades atitudes em sua defesa. Isso porque não havia lei que nos defendesse, pois a antiga legislação tratava as mulheres como propriedades dos homens. Sendo assim, ninguém se meteria com os donos dos objetos que se tornavam ao passar das mãos do pai para o marido.
Com isso não digo que mulheres tenham direito a agredir os homens por causa desse histórico, ao contrário: digo que precisamos aprender a dialogar e resolver pendências com mais respeito e civilidade. A lei deveria proteger todas as pessoas de qualquer tipo de maldade, seja ela a dor física, moral, preconceito de qualquer origem e promover situações de análise e geração de uma cultura de paz.

E enquanto precisarmos de um "dia de" combate à violência, protesto, reflexão, orgulho, consciência, porque como disse meu amigo Peter Krause no Facebook... isso mostra o quanto ainda precisamos nos tornar mais humanos, evoluirmos como sociedade. Nas palavras dele:, essas datas "são ao mesmo tempo uma chamada à tolerância e uma lembrança do quanto insistimos em nos ver como diferentes"!

Esse post era pra ser curtinho, mas não tive como esconder como esses temas mexem comigo.




Blogagem coletiva: O que é violência doméstica contra uma criança?

Conforme combinado, aqui está minha contribuição para marcarmos a data de 19/11, dia de combate à violência doméstica contra a criança e o adolescente

Imagem: prefeitura de Paulínia, SP


Quando pensamos em violência sempre nos reportamos aos noticiários sangrentos, aos filmes de entretenimento que falam em fim do mundo, assassinato, terrorismo ou até pensamos na programação infantil da TV que selecionamos, pensando em incentivar bons sentimentos nos nossos filhos e filhas.
 
Mas no que concerne aos nossos hábitos e atitudes, não nos damos conta de que mais do que qualquer discurso pacifista, nosso exemplo é a melhor lição de casa, literalmente. Dia desses o Alemão chegou bem de mansinho dizendo que a Larissa tinha vergonha de me dizer uma coisa: que ela estava ficando assustada com meu jeito no trânsito. PUTXZ... isso me colocou pra pensar sobre como sou estouradinha, crítica e rabugenta, não apenas nessas ocasiões. Sempre disse que uma pessoa no trânsito se revela, mostra sua porção monstro... Sem olhar pra mim mesma.

Imagem: www.jangadeiroonline.com.br

Meu primeiro instinto foi calar e pensar... E mudar imediatamente de atitude. Confesso que é bastante difícil.

Se sou assim em algo tão corriqueiro e com estranhos... como sou com quem tenho intimidade? - Muito exigente, resmungona, explosiva... Foi uma pausa pra analisar a repetição de comportamentos feios que posso ter. Posso ser bipolar, mas não irracional. Inclusive quem me conhece costuma me achar uma pessoa bastante calma e afetuosa. Mas facilmente consigo sair dos trilhos, ficando brava e muito irritada - faz parte do "quadro clínico", mas não precisa ser a regra perder as estribeiras, não é mesmo?!

Foi quando encontrei o texto no site do governo de São Paulo, falando que a violência contra crianças aumentou muito, sendo que as mãe são as principais agressoras. Quais serão as razões que levam justamente as pessoas que costumamos pensar que são as mais apaixonadas por suas crianças a ter atitudes agressivas com seus pequenos?

Stress, falta de dinheiro, noites sem sono, ser pai e mãe ao mesmo tempo, enfim, muitas podem ser as explicações. Além disso, crianças são realmente desafios especiais. Elas são absurdamente observadoras e nos conhecem tão bem que sabem como conseguir nossa atenção, nos criticar, dizer o que todos gostariam de nos dizer mas as regras de boa convivência impedem... E isso nos atinge em cheio.

Tudo isso responde a pergunta, mas não justifica. A violência pode ser repetição de um comportamento aprendido com os pais. Há muitos tipos de violência que podemos evitar: moral (detonar a auto-estima da criança), sexual (essa geralmente faz a criança calar) , cinismo, desinteresse, abandono, omissão de socorro, negligência, hipocrisia, promessas não realizadas, impedir a criança de se comportar como tal, mas os dados falam da violência que deixa mais marcas possíveis de serem medidas em pesquisas porque chegam aos hospitais (emergência): agressão física

Então, como conseqüência, nós adultos, se fomos um dia tratados como vermes, podemos num momento de muito cansaço, impaciência, enfim, recorrer a atitudes iguais as que investiram  um dia contra nós. PORÉM, livros de auto-ajuda e psicologia, melhorias educacionais (formais), evolução dos comportamentos e muita água que passa debaixo da ponte mostram que nós podemos, quando temos nossas crianças, mudar o final das histórias que poderiam ter um enredo violento.

Nós vínhamos de uma fase muito desafiadora, de competição, de Édipo à flor da pele, quando a Larissa falou com a boca cheia de raiva: - IDIOTAAAA!!! E essa história quem é seguidor do Desconstruindo conhece. O dicionário foi minha arma secreta, uma idéia "relâmpago" que funcionou muito bem, surpreendendo a todos nós não apenas por ser uma reação sem grandes alterações de humor (sim, eu respirei fundo e aí a idéia veio, então não é lenda que  arejar as idéias funciona em momentos críticos!), mas pelo efeito causado: reflexão e calmaria - temporária, mas volta e meia ela lembra disso!

Quem já levou um tapa no rosto não esquece, mas o agressor nem sempre lembra disso. Quem vê uma atitude violenta contra um inocente sente a criança que existe no interior de cada um de nós clamar por justiça. Dói como se fosse conosco... E é sempre esse pensamento que procuro ter em mente quando me vejo em sinucas de bico. Já tive dias danados e dos quais  a marca deixada não foi o respeito, e sim o medo (gritos assustam, não impõem respeito), mas cada vez mais procuro o equilíbrio, pensando no bem-estar da nossa família. 

Teria muito mais a dizer, histórias para contar, mas prefiro que sejam prestigiados os outros blogueiros que aparecem no blogroll e que nos cometários possamos uns estimular os outros a atitudes mais positivas, inteligentes e afetuosas.

Todos sairemos ganhando com essa campanha de #repúdioàviolênciadoméstica, seja contra a criança, o adolescente, sobre as sementes de futuro melhor que estamos plantando diariamente.

Obrigada pela participação de todos os envolvidos e pela divulgação nas redes sociais!

Ingrid

Imagem: www.ueg.br




Violência aumenta nos lares: crianças são as vítimas

Li no site do governo do estado de São Paulo que houve aumento de 36% na violência doméstica contra as crianças no primeiro trimestre de 2010... e que as mães são quem agride em 60% dos casos. De acordo com o jornal Estado de São Paulo o aumento foi de 78%.

Imagem: http://www.blogger.com/feeds/


Tão grave quanto essa informação é pensar que 60% dessas crianças voltarão a ser agredidas.

Sabemos que há dias em que as crianças estão "impossíveis" e nossa paciência muito curta. Mas há jeitos e jeitos de colocarmos limites e esse é um grande desafio para nós que viemos duma criação em que os filhos eram obrigados a sempre fazer as vontades dos pais, as ordens não vinham acompanhadas de explicação e/ou os gritos demonstravam que havia necessidade de atender urgentemente o que foi solicitado.

Ao mesmo tempo em que desejamos nos afastar desse modelo, podemos cair na armadilha de sermos permissivos e, de repente, ao nos darmos conta de que os pequenos, que são extremamente inteligentes, estão percebendo nossas inseguranças (haja livros sobre como educar crianças!) e jogando com isso, podemos recair no mesmo erro dos nossos antepassados...

A sensação que fica quando vemos uma agressão a uma criança é a de que a criança que vive em nós foi machucada, não é mesmo? - E quando estamos a ponto de cometer uma agressão verbal, a agir como não gostamos que façam com a gente, dá tempo de pensar que isso pode ser revertido!

Por isso, vamos apoiar o dia 19 de novembro: dia mundial pela prevenção da violência doméstica contra crianças e adolescentes!

Para maiores informações:



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