Um desabafo



Imagem: Google
 Quando o céu está cinza, nuvens carregadas e prometendo trovoadas, raios e tufões se aproximando, às vezes é bom silenciar. Observar o ritmo da natureza e aproveitar o que ela possibilita.

Nos últimos dias o céu nublado estava dentro de mim. Não era só TPM, porque isso me deixaria apenas brava. E eu estava triste. Murcha.

Não conseguindo celebrar que voltei a trabalhar nem outras conquistas que são tremendamente importantes, maiores do que os motivos que me fizeram entristecer.

Sou uma pessoa que tende a ficar na defensiva. A me defender atacando. E sei que isso não é de grande utilidade. E, na tentativa de mudança, percebo que sair da posição engessada por 35 anos é difícil não encontrar resistências externas, além do comodismo de ficar no mesmo lugar, dizendo que não valeria a pena.

Então a luta interior se fez. E, com ela, veio a abertura de uma verdadeira caixa de Pandora, que me fez olhar pras feridas, pros receios, pra ansiedade inútil, pros desgostos e pros defeitos. Me senti feia, suja, maltrapilha por dentro.

Então ontem recebi um chamadinho no facebook. Era a jornalista Patricia Viale, dizendo que a entrevista que fizemos estava sendo publicada.

Descobri que sou ainda mais tola do que imaginava: a cada palavra, uma lágrima vertida. E elas vieram tão rápidas quanto costumo falar. Vieram também os soluços, os suspiros profundos, o alívio, um olhar meio afogado em águas salgadas, mas um olhar diferente sobre mim que a Patricia ajudou a ter. Porque acho que ela captou bem a minha alma. E porque vi o mundo mais colorido, me vi mais colorida também.

E por isso quis compartilhar com vocês um pouco de mim. A entrevista está no Blog da Viale.

Bom fim de semana! 


Sustentablidade: Da utilidade dos animais

Como vocês sabem, sou professora de biologia. É um título que guardo com carinho dentro do coração, pois minha família sempre me estimulou, no contato diário, a ter respeito e atitudes que a conservem ou preservem. 

Nos últimos dias tenho participado de alguns debates a respeito da preservação da natureza e as atitudes ecologicamente corretas (sem ser eco-chatas) estão em alta nas redes sociais. Através da @samegui conheci o grupo de discussão do Facebook chamado Vida Sustentável, onde se fala sobre atitudes e conhecimentos que podem colaborar para que se chegue ao objetivo de ter uma vida que, sim, tenha conforto e satisfação, mas sem precisar degradar o meio ambiente.

Imagem: TV Ecológica

Foi pensando hoje enquanto lavava a louça que me lembrei dum texto ótimo, de Carlos Drummond de Andrade, um autor que admiro desde sempre, que pode ilustrar o quanto nosso raciocínio está pautado em um olhar sobre a natureza que precisa ser revisto, senão não haverá como desejar que nossos filhos assimilem os conceitos de sustentabilidade. Não é um problema apenas da escola, já que ela ensina o que a sociedade elege como conhecimento válido e formalmente aceitável.

Talvez muitas de vocês conheçam a coleção de onde foi retirada essa reflexão. Por isso vou compartilhá-lo com vocês e peço que dividam o que vem à mente quando lêem esse texto.

Da Utilidade dos Animais


(Carlos Drummond de Andrade)


Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios.

 
- É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca... Todos ajudam.

- Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?
 
- Aquele?   É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pêlo se fazem perucas bacaninhas. E a carne, dizem que é gostosa.
 
- Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?
 
- Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo.   Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.
 
- Ele faz pincel, professora?
 
- Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba também, que o Arturzinho vai usar quando crescer.
 
Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a
utilidade do canguru:
 
- Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente.   Não falando na carne. Canguru é utilíssimo.
 
- Vivo, fessora?
 
- A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz... produz é maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores, etc.
 
- Depois a gente come a vicunha, né, fessora?
 
- Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que torna a crescer...
 
- E a gente torna a cortar?   Ela não tem sossego, tadinha.
 
- Vejam agora como a zebra é camarada.Trabalha no circo, e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?
 
- A carne também é listrada? - pergunta que desencadeia riso geral.
 
- Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber  direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza.Pensam que só serve para brincar?   Estão enganados.Vocês devem respeitar o bichinho.   O excremento -  não sabem o que é? O cocô do pingüim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito com a gordura do pingüim...
 
- A senhora disse que a gente deve respeitar.
 
- Claro. Mas o óleo é bom.
 
- Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.
 
Javali - imagem: http://www.culturamix.com
- Pois lucra. O pêlo dá escovas de ótima qualidade.                   
 
- E o castor?
 
- Pois quando voltar a moda do chapéu para homens, o castor vai prestar muito serviço.   Aliás, já presta,com a pele usada para agasalhos. É o que se pode chamar um bom exemplo.
 
- Eu, hem?
 
- Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso raro para o living de sua casa. Do couro da girafa, Luís Gabriel pode tirar um escudo de verdade, deixando os pêlos da cauda para Teresa fazer um bracelete genial. A tartaruga-marinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam.   Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia.   O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa...  O biguá é engraçado.
 
- Engraçado, como?
 
- Apanha peixe pra gente.

- Apanha e entrega, professora?

- Não é bem assim.Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.

- Bobo que ele é.

- Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

- Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pêlo, o couro e os ossos.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Da utilidade dos animais. In: Para Gostar de Ler - vol. 4. São Paulo: Ática, 1988.

Rocambole de carne moída: primeira tentativa

Boa tarde gente, tudo bem? Hoje está sendo um dia muito bom, mas de luta contra mim mesma: considerando minha exaustão após duas noites mal-dormidas (uma por insônia, outra porque Larissa teve pesadelo; Caio teve uma sede tremenda; Alemão não ouviu nada; Bob Esponja resolveu fazer xixi no quarto da Larissa; fui buscar água pro Caio e vi uma barata entrar voando pela janela da área de serviço), achei que não tinha muitas condições de encarar clube ou pracinha sem um apoio moral.

Foi pensando em que a Larissa, essa eterna entediada criança que eu amo, pudesse fazer algo que a interesse e que fosse divertido fazermos juntas, que me ocorreu tentar colocar em prática uma receitinha que nunca tinha feito: rocambole de carne moída (guisado, pros gaúchos).

Aqui vai o passo a passo e depois tem a avaliação desta pessoa que vos fala...
Receita:

Cabelos presos para não cair na comida



Mãos bem lavadinhas!

Aproximadamente 1 kg de carne moída



Abrir as bolinhas de carne pramisturar com os outros ingredientes


1 colher de sopa de farinha de rosca ou de pão amanhecido raladinho


1 colher de sopa de farinha de trigo


Misturar os ingredientes (sem fazer cara de nojo, Ok?!)


Temperar a gosto: escolhi adobo e pouco tempero completo (Alemão é hipertenso)

Lalá já sabe: primeiro se quebra o ovo na caneca, pra ver se ele está bom pra consumo!




O ovo vai dar a liga!


Enquanto a Mamãe corta 1 cebola pequena...


... Larissa ganha ajuda pra lavar os tomatinhos pra salada!


Enquanto a Mamãe põe o forno pra pré-aquecer é preciso escovar o pimentão pra não ficar com terrinha!


Só falta lavar a rúcula pra ver como vai ficar o almoço!



Admito: meu forte não é picar cebola, mas ela dá um sabor bem gostoso!


Num pano de prato úmido, abrimos a carne bem misturada aos demais ingredientes


Recheamos com 2 lingüiças fininhas defumadas e enrolamos com cuidado


Desconfiei que a parte externa fosse ficar sem tempero e piquei (muito mais que isso) 4 alcaparras e
4 azeitonas verdes e espalhei por cima


Mamãe foi colocar um pouco de hipoclorito na rúcula!

Foi pro forno (220ºC) por 40 minutos com papel alumínio


Não agüentou esperar pela carne sem beliscar um pimentão!


Eu prefiro cenoura!!!


Enquanto o rocambole assava, começava a briga pra secar a salada


Quase não sobra salada pro restante da família!!!

Macarrão de gravatinha feito com vegetais pra acompanhar

Enquanto a pasta cozinhava, deixei dourando no forno sem o papel laminado e ficou assim!

Avaliação:excelente!!! O que faria diferente: colocaria mais lingüicinhas (um pacote vem com 4), porque como temperei pouco, a carne realmente fica como desconfiava... por fora não chega muito a temperar. Uma sugestão é colocar chimichurri ou azeite de oliva com um pouco de mostarda quando tirar o papel laminado. Inclusive, da próxima vez farei isso aos 30 minutos e não aos 40 de forno, pra poder dourar mais rápido. E o recheio pode variar, com espinafre e lingüiça ou como você desejar! 

Como é #Valentine's day não abusei dos vegetais, que o marido curte mas não tanto quanto eu... Por mim, serviria com lentilha e arroz (com brócolis e açafrão)... mas o Alemão é fã dum macarrão que vou dizer, hoje fiz o agrado.

O bolo da Barbie que sairia no lanche da tarde vai ficar pruma próxima, que a loucura foi tanta pra secar a salada que nem conseguimos fazer render a coisa toda de bolo rosa por causa da beterraba - e a intenção é de reconquistar o paladar da Larissa, mas essa semana ainda rola!

Bom apetite!

Retomando o tema, a pedidos: brechós infantis

Como já disse em outros dois momentos, adoro um brechó infantil. Acho que lá encontro roupas de qualidade, calçados macios e seguros, por preços mais honestos que os praticados em muitas lojas. Também há brinquedos e acessórios úteis, que muitas vezes nem chegaram a ser aproveitados.

Por isso, atendendo a pedidos, aqui estão os brechós que descobri em Porto Alegre. Alguns deles já visitei, ou tenho amigas que o fizeram, por isso tenho mais informações. No interior do estado confesso que não conheço nenhum! Quem quiser adicionar dicas, por favor, faça a mão nos comentários e eu vou complementando o post e dando o crédito.

Imagem: http://www.adoletabrecho.com.br
Bazar das Mamães - Brechó virtual.     

De Galho em Galho -  R. Almirante Delamare, 216/loja 02 - Tristeza. Fone: 51 3516 19 67. Trabalha com marcas famosas e roupas ecológicas, hipoalergênicas.

Passa Passará - Fica na galeria 5ª Avenida Center: Rua Mostardeiro, 120/loja 17 - Independencia. Os dias de avaliação de materiais são 3ª, 5ª e sábado. Fone: 51 3264 22 34. Tem também outlet. Convênio com estacionamento e gratuidade na 1ª hora.

Mamãe Eu Cresci - Trabalha com roupas de 0 a 4 anos. Brechó virtual. No blog não constava fone para contato.

João e Maria - Praça Menino Deus, 73 - Menino Deus, ao lado do colégio Menino Deus. Trabalha com roupas até 16 anos. Fone: 9378 53 70.

Básico Bebê - atendimento em casa, pois não tem endereço fixo. Contatos com Cris Gigante 51 9114 19 20 e Jussara Gigante 51  9152 74 43; informação que peguei na revista Crescer.

Nelly Poppe - General João Telles, 529. Fone: 51 3265 11 13. 

Penélope Charmosa -Av Juca Batista, 1125 - Ipanema. Fone: 51 3346 22 13.

Chic Mania - Rua 24 de outubro 650/sala 306

Cambalhota Brechozinho - Brechó virtual.

Estrelinhas - Avenida Plínio Brasil Milano, 340 - Auxiliadora. Fone: 51 3907 07 00.

Rato Roeu - Avenida Benjamin Constant, 19/loja 33 - Ao lado do Bourbon Assis Brasil. Fone 51 3019 78 08.

Sim Salabim - Rua da Gávea, 351/loja 02 - Centro Comercial Ipanema. Fone: (51) 3261 59 61.

Cirandinha -  Avenida Protásio Alves, 776 - estamos aguardando contato para poder passar o número de telefone.

 


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