Música da Minha Vida, parte I - Blogagem coletiva atrasada

Falar de músicas pra mim é sinônimo de falar de vida. Nasci numa casa bastante musical, embora nenhum dos meus pais toque qualquer instrumento. Mas sempre tem alguém cantarolando, assobiando, ouvindo um som... Além do que cresci no bairro Jardim Botânico, cheio de canto do pássaros, um privilégio para quem reside em cidade "grande".

Meu pai, agora aposentado, foi por mais de 40 anos locutor de uma rádio que, além de ter AM (= noticiários, esportes entrevistas etc.), tinha FM com muitas músicas clássicas, intercaladas com Ray Conniff, Frank Sinatra, Mercedes Sosa, Júlio Iglesias, Nana Mouskouri, Beatles, muita música instrumental... Sabe aquela rádio que toca as músicas de ouvir em sala de espera de consultório? - Essa rádio hoje está bem diferente, mas isso não é tema da blogagem.








Mas minha mãe ouvia muito Roberto Carlos, Erasmo, Wanderléia, Antônio Marcos, Ângela Rô Rô, Leno e Lilian, Renato e Seus Blue Caps intercalados com muita Beth Carvalho, Clara Nunes, Elis Regina, Jair Rodrigues, Gonzaguinha, Maria Bethânia, Nei Matogrosso, Almôndegas, DiscocuecasGrupo Impacto (imperdíveis os 3 últimos!), enfim...


Meu pai teve uma fase em que escutava João Mineiro e Marciano, Chitãozinho e Xororó (acho que devia ser bem início de carreira), Jair Rodrigues (numa batida diferente da minha mãe), Sérgio Reis... E também sempre curtiu uma música nativista, algo que acho que vale a pena conhecer: Leonardo, Gaúcho da Fronteira, Neto Fagundes - aqui cantando com Fresno! - e tantos outros artistas que tanto falam com amor de tradições que podem parecer toscas para alguns, mas que dizem muito sobre o país onde vivemos, já que antes de gaúchos, somos brasileiros.

Então eu cresci ouvindo tudo isso e muito mais, porque muito minha mãe ensinou canções de roda, parlendas e isso nós cantávamos naquelas viagens demoradas até o interior, no tempo de estradas ruins, muitas delas de chão batido. E tem músicas e brincadeiras que nós cantávamos muito, duvido que alguém não vá lembrar de alguma delas, em brincadeiras que hoje ensino aos filhos:

"Pimponeta!
Petapetaperrugi, 
petapetaperrugi
Faz pim... pom!!!"


Quem sabe...? 


"Oh, meu belo castelo (bota, tira, trarei)!
O que vós quereis? (bota, tira, tirarei)"

Ou Adoletá, lembra disso?






Mas também era muito comum o pai chegar em casa com aqueles discos que ninguém tocaria lá na Rádio Guaiba: do Carequinha, Patotinhas, Arca de Noé 1 e 2 (estes em fita cassete), Blitz, alguns deles com o single, aquela música de lançamento que vinha antes mesmo de o Long Play estar nas lojas. E ficava TRI FACEIRA, achando o máximo receber o disco do trabalho do pai, porque criança sempre acha o máximo qualquer gesto dos pais, né?!
Imagem: http://flashbak7080.blogspot.com


Acho que isso culminou quando ganhei um toca-discos Philips de presente foi O MOMENTO da minha infância, em termos mais individuais, pois poderia escutar meus discos no meu quarto e eu achava isso muito legal! Talvez comparável a minha filha ganhar um computador ou iPad só dela. O meu era exatamente igual ao da imagem ao lado!!! Até essa cor de cocô! KKKKKKKKK! #morry ao ver que tinha essa foto no buscador!

Muito cedo, acho que aos 8 anos, começou a função das reuniões dançantes, que eram muito mais pra imitar os irmãos mais velhos dos amigos do que propriamente pra outra coisa, mas a turminha do prédio tomou gosto, cada vez fazendo em um apartamento. Então o toca-discos foi muito útil! 


Assistindo Programa Sílvio Santos, Globo de Ouro e Cassino do Chacrinha, então, eu conheci muitos artistas diferentes e aprendi a cantar músicas de gente grande e diferente dos meus pais:








De BiafraGilliard, Marquinhos Moura, Nahim, Gretchen, Wando até Absyntho, Doutor Silvana, João Penca e Seus Miquinhos Adestrados, Kid Vinil, Eduardo Dusek, Kid Abelha, Os Titãs o Ieieiê, tudo estava presente! - E eu morria de medo do Arnaldo Antunes, rsrsrsrsrss! - Mas não posso negar que o MUSO da época era o Magal e ponto final! Então, ele precisa estar presente nesse post!








Foi também nessa época que eu aprendi a gostar de rock nacional e internacional de uma outra forma: por influência dos amigos. Ele, o rock brasileiro, explodiu na década de 1980 e eu estava presente, como chá de pêra, sempre. Como éramos sócios de um clube perto de casa e tinha as amigas que citei no post da infância, mais velhas e já começando os namoricos, eu acabava indo a festinhas como "escolha da Rainha do Colégio" e "Sundae", promovida esta última pela Rádio Cidade, na época das mais moderninhas. 


E eu adorava ouvir Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Barão Vermelho, Titãs, tanta coisa boa!





Mas tem muito rock gaúcho surgindo nesse momento e garanto que a maioria das amigas blogueiras que participam dessa blogagem coletiva não conheceram, com grupos como TNT, Replicantes, Rosa Tatooada, Nenhum de Nós, Engenheiros do Havaí, Taranatiriça, Cascavelletes...


Essas músicas falam muito de uma parte muito bacana da minha vida. Ao escrever esse post, já ri e chorei pra caramba. Está sendo um momento único!


Mas o motivo que gerou essa BC foi, também, lembrar com carinho que no dia 06/11/1998 @paulodedalus e eu nos casamos no civil. Lembro como se fosse ontem: um dia muito quente, que começou com a prova que fiz para o mestrado e nós correndo para que desse tempo de chegar ao cartório e ainda aparece o gerente do Paulo para fazer uma bendita reunião no horário do casório!!! Claro, não podia ser diferente. Com a gente, as coisas são sempre de um jeito muito maluco, sempre tudo ao mesmo tempo: agora.


Nos conhecemos na faculdade de biologia; ele terminando o curso, eu começando, em 1993. Reprovamos, como 95% da turma, em matemática aplicada a biologia, algo que deve ter ficado na história do curso. Passávamos mais tempo brincando de escrever nomes de personagens de desenhos animados (amamos!) que estudando essa disciplina, a única que tínhamos em comum, já que não era pré-requisito para nada e, na época, podia-se deixar para o fim do curso sem maiores prejuízos.


No semestre seguinte, acabamos nos matriculando numa turma dessa disciplina em que éramos minoria. Fomos encaixados numa turma do curso de farmácia, então os futuros biólogos se uniram para comer chocolate toblerone e dizer bobagens, ate estudar de vez em quando e foi assim que comecei a me interessar pelo Nikima, como ele era chamado. Mas ele tinha namorada, eu fiquei mudinha. E ele me empurrava para os colegas...


Ele terminou o curso e pouco nos vimos até novembro de 1997, quando acabamos nos encontrando no prédio em que eu morava. Dias antes, tinha sonhado com uma pessoa cujo rosto eu não via, mas tinha os cabelos crespos e loiros como são os do maridex. No sonho, essa pessoa seria alguém muito importante pra mim. Tinha a certeza de que seria o homem da minha vida. Ao nos encontrarmos, eu só conseguia ouvir a sua voz, não via o rosto... Imaginam o quanto tremi até conseguir ir cumprimentá-lo, já que instantaneamente reconheci a voz dele? - E, depois, claro, passou o susto, conversamos e combinamos de ir juntos a uma festa à fantasia que teria na faculdade.


Se pudesse resumir esse momento de início, que pra mim foi muito marcante, juro que ouvi tocar essa música, que foi uma das primeiras que dançamos na Festa à fantasia da Bio:







A foto da festa fica para o próximo post, pois não pude escanear hoje e vem mais no próximo post, que pretendo fazer ainda hoje à noite, e prometo que aí vem uma trilha sonora do nosso casamento, Ok?!

E vocês, o que acharam dessa trilha da minha vida até começar a namorar o Alemão/Maridex?

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