Cenário 1: me despeço do marido e do filhote para ir ao happy-hour que começou às 21hs com as mães de amiguinhas da Lalá. Ela, por sinal, passou a noite em casa de uma dessas amigas. Os dois "meninos" da casa ficam ótimos, claro, aproveitando a noite como gostam: vendo filmes, jogando no iPad, tendo seu momento juntos.
Cenário 2: Em uma loja de roupas masculinas, dá-se a cena: boa parte dos homens perdidos no meio de araras, enquanto algumas mães (algumas idosas, de filhos mais que barbados), esposas e namoradas aguardavam que seus acompanhantes experimentassem as roupas e se decidissem sobre o que levariam (ou não). Muitos não pareciam ter ideia do que faziam ali, se sentiam embaraçados ou, pelo menos, desconfortáveis. Alguns esboçavam vergonha depender desse aval ou pressão para comprar as próprias roupas. - Sim, sei que existe uma fama de que homens não gostam de sair para fazer compras. Mas... Nem para si mesmos???
E aí foi que parei para pensar como muitas dessas mulheres, que lá estavam, tomavam decisões por esses homens: cor, modelo, a camisa certa para tal ocasião, enfim, faziam aquilo que hoje faço pelo Caio, que tem 3 anos, mas que já faz tempo que tem seus momentos de escolher que roupa usar e sabe dizer na ponta da língua que sua roupa preferida é a fantasia do Batman, que insiste em levar às terças-feiras para a escola porque é dia de brinquedoteca e lá é permitido trocar o uniforme pela fantasia e tem até um cabideiro cheio de opções.
Teria muitos cenários a relatar, mas... Algo do que falei aqui é estranho à mulherada?
Nesse universo de "criar uma criança" (estranho, as palavras parecem dizer que se trata de alguém sem personalidade nenhuma, mas desde o primeiro dia já foi despontando a de cada filho, não sente-se assim?), muitas vezes fazemos diferença na forma como direcionamos e ensinamos uma menina e um menino quanto às suas responsabilidades, aos seus limites e ao que lhes é permitido fazer. Por isso, juro que tento que o Caio tenha noção de que a roupa que ele tira para tomar banho precisa ser lavada e que, então, nada mais justo que, assim como a Larissa, pode levá-la ao cesto na área de serviço do apartamento, por exemplo.
Histórias como a da Branca de Neve, que chega para organizar a vida dos sete anões, não é nada sutil em dizer qual deve ser o papel de uma mulher na vida de um homem; ela não apenas é protegida pela presença masculina, posteriormente salva pelo príncipe, mas é ela quem vai fazer a sopa e a torta, encantar com sua beleza, arrumar a casa... E isso não é o que desejo para a minha filha! E vale o mesmo para o Caio! Não desejo que ele apenas entenda de futebol e carros, embora sejam os temas que o interessam agora. - Claro, ela precisará saber se virar, se alimentar, organizar a casa dela para viver num ambiente "habitável", mas terá opções além dessas de quais papéis deseja viver na sociedade em que é membro importante para o funcionamento. E, caso escolha ser dona de casa e mãe em tempo integral, será apoiada, se for um desejo verdadeiro.
Vejo que é comum também o comentário entre amigas sobre sogras que ficam pitacando sobre como "adestrar", ou conduzir o relacionamento com seus filhos, a pretexto de que o entendimento do casal seja perfeito. Ora essa: elas querem é que o esquema em que os acostumaram continue o mesmo, pois não gostam de ser questionadas sobre como os educaram! Daí muitas as piadas sobre a disputa entre noras e sogras! Graças a Deus, maridos não são filhos (nossos), são adultos criados e que têm muito potencial para continuar se desenvolvendo, aprendendo nas trocas e com o relacionamento conosco e com o mundo!
Por isso, posso dizer com alegria que abri espaço para que a frase "tu não és a minha mãe" não volte a ser repetida em minha vida. Porque estou falando de coisas que eu fazia até pouco tempo atrás! Aí faria sentido dizer que aquela música "não era amor: era cilada (cilada, cilada, cilada!)", fazia sentido, não pode-se dizer que sufocar o outro dizendo através de gestos que ele é incapaz ou que deve se acomodar é sinônimo de amor. Porque estou deixando que ele pense sobre o que gosta ou não em muitos aspectos, tome decisões e sinta-se à vontade para diversas coisas. Mas como sou ansiosa e me acostumei a sair fazendo diversas coisas, é uma tentação difícil de suportar. Mas quando conseguimos avançar e dizer que fomos mais fortes que ela, é tããão bom!!!
Cenário 2: Em uma loja de roupas masculinas, dá-se a cena: boa parte dos homens perdidos no meio de araras, enquanto algumas mães (algumas idosas, de filhos mais que barbados), esposas e namoradas aguardavam que seus acompanhantes experimentassem as roupas e se decidissem sobre o que levariam (ou não). Muitos não pareciam ter ideia do que faziam ali, se sentiam embaraçados ou, pelo menos, desconfortáveis. Alguns esboçavam vergonha depender desse aval ou pressão para comprar as próprias roupas. - Sim, sei que existe uma fama de que homens não gostam de sair para fazer compras. Mas... Nem para si mesmos???
Imagem: http://economia.ig.com.br/ |
E aí foi que parei para pensar como muitas dessas mulheres, que lá estavam, tomavam decisões por esses homens: cor, modelo, a camisa certa para tal ocasião, enfim, faziam aquilo que hoje faço pelo Caio, que tem 3 anos, mas que já faz tempo que tem seus momentos de escolher que roupa usar e sabe dizer na ponta da língua que sua roupa preferida é a fantasia do Batman, que insiste em levar às terças-feiras para a escola porque é dia de brinquedoteca e lá é permitido trocar o uniforme pela fantasia e tem até um cabideiro cheio de opções.
Teria muitos cenários a relatar, mas... Algo do que falei aqui é estranho à mulherada?
Nesse universo de "criar uma criança" (estranho, as palavras parecem dizer que se trata de alguém sem personalidade nenhuma, mas desde o primeiro dia já foi despontando a de cada filho, não sente-se assim?), muitas vezes fazemos diferença na forma como direcionamos e ensinamos uma menina e um menino quanto às suas responsabilidades, aos seus limites e ao que lhes é permitido fazer. Por isso, juro que tento que o Caio tenha noção de que a roupa que ele tira para tomar banho precisa ser lavada e que, então, nada mais justo que, assim como a Larissa, pode levá-la ao cesto na área de serviço do apartamento, por exemplo.
Histórias como a da Branca de Neve, que chega para organizar a vida dos sete anões, não é nada sutil em dizer qual deve ser o papel de uma mulher na vida de um homem; ela não apenas é protegida pela presença masculina, posteriormente salva pelo príncipe, mas é ela quem vai fazer a sopa e a torta, encantar com sua beleza, arrumar a casa... E isso não é o que desejo para a minha filha! E vale o mesmo para o Caio! Não desejo que ele apenas entenda de futebol e carros, embora sejam os temas que o interessam agora. - Claro, ela precisará saber se virar, se alimentar, organizar a casa dela para viver num ambiente "habitável", mas terá opções além dessas de quais papéis deseja viver na sociedade em que é membro importante para o funcionamento. E, caso escolha ser dona de casa e mãe em tempo integral, será apoiada, se for um desejo verdadeiro.
Imagem: http://blog.death-animes.com/archives/9788 |
Vejo que é comum também o comentário entre amigas sobre sogras que ficam pitacando sobre como "adestrar", ou conduzir o relacionamento com seus filhos, a pretexto de que o entendimento do casal seja perfeito. Ora essa: elas querem é que o esquema em que os acostumaram continue o mesmo, pois não gostam de ser questionadas sobre como os educaram! Daí muitas as piadas sobre a disputa entre noras e sogras! Graças a Deus, maridos não são filhos (nossos), são adultos criados e que têm muito potencial para continuar se desenvolvendo, aprendendo nas trocas e com o relacionamento conosco e com o mundo!
Imagem: http://pt.dreamstime.com/ |
Por isso, posso dizer com alegria que abri espaço para que a frase "tu não és a minha mãe" não volte a ser repetida em minha vida. Porque estou falando de coisas que eu fazia até pouco tempo atrás! Aí faria sentido dizer que aquela música "não era amor: era cilada (cilada, cilada, cilada!)", fazia sentido, não pode-se dizer que sufocar o outro dizendo através de gestos que ele é incapaz ou que deve se acomodar é sinônimo de amor. Porque estou deixando que ele pense sobre o que gosta ou não em muitos aspectos, tome decisões e sinta-se à vontade para diversas coisas. Mas como sou ansiosa e me acostumei a sair fazendo diversas coisas, é uma tentação difícil de suportar. Mas quando conseguimos avançar e dizer que fomos mais fortes que ela, é tããão bom!!!