Dona Ciça, essa é pra ti. Já te ouvi cantar essa música tantas vezes que, quando pensava em algo pra te homenagear, caí na risada e cantei aquela música do Falcão: Ai, minha mãe, minha mãe,
Voltandooo...
Mas ela também é a pessoa com quem sei que mais posso contar no mundo. Já me ajudou em situações muito difíceis, como as depressões pós-parto e o câncer de tireóide; tirou sarro das minhas trapalhadas e me mostrou que é possível (e necessário) saber rir de si mesma; deu limites à minha persistente impulsividade; ensinou a ter compaixão; mostrou que a simplicidade nos permitia usar a criatividade, quando não tínhamos a fartura desejada; mostrou que a fé faz uma tremenda diferença na vida; estimulou o gosto pela leitura, pelas artes plásticas, o turismo (mesmo em ônibus lotado e com a sacola cheia de lanches porque não podíamos gastar com as guloseimas dos parques e praças de POA) e também a apreciar a vida ao ar livre.
A dona Maria Cecília é guerreira, ativa (às vezes até demais), brava, cheia de garra e capaz de tirar a roupa do corpo porque não tem problema em dividir o que tem, vê todos os seres humanos como seu "próximo". Mas também foi minha primeria influência para me tornar bióloga, com seu amor à natureza e os saquinhos e mutirões para recolher lixo, antes mesmo de eu ouvir falar em ecologia.
E não fez questão de que eu me tornasse igual a ela, como se fossemos aquelas matrioshkas, bonecas que saem umas de dentro das outras, iguais, sendo apenas de tamanhos diferentes. Talvez por isso tenha sempre sido provocativa, não aceitasse de mim qualquer resposta e tenha me obrigado a aprender a argumentar e negociar, me impôr e a não aceitar qualquer coisa que me impusessem ou empurrassem. Queria que acreditasse em mim e me destacasse pelo que sou.E, como avó, ela se supera... por isso as fotos. Mas sobre isso acho que vou falar no dia da vovó. Porque é supertarde e a Lalá está pedindo colo, cafuné e o Caio, como dormiu a tarde toda, está querendo subir na estante.



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