Teste da Violência Obstétrica - Dia Internacional da Mulher - Blogagem Coletiva

Olá, como vão vocês, mulheses neste dia 08 de março de 2012? E os homens, como se sentem nessa data?

Alguns dos posts que tenho visto no facebook têm me dado uma boa amostra de como esse dia, que lembra a morte de muitas mulheres que protestavam por melhores condições de trabalho em 1857 morrendo carbonizadas por isso - e que apenas foi reconhecido em 1910 - ficou banalizado. 

Já participei de algumas blogagens coletivas e levantei várias bandeiras, como as da doção de sangue e órgãos, por exemplo. Mas meu blog não é "apenas" de cunho de voluntariado. É o blog de uma mulher, mãe, espeosa, filha, estudante e trabalhadora que tem orgulho de ser quem é, mas principalmente tem orgulho das conquistas que nossa sociedade conseguiu alcançar com a luta de pessoas de ambos os gêneros. É também de uma pessoa que não deseja mais, como quando mais nova, que mulheres e homens sejam tratados como iguais, sendo que não o são; mas que deseja sobretudo que as diferenças sejam respeitadas.

Posso dizer que o respeito começa dentro de casa, com a forma como "criamos" e educamos nossos filhos e nossas filhas, ensinando-os a se valorizarem gostando de ser como são e entendendo que s outras pessoas não precisam ser como nós somos e que fazem escolhas diferentes das nossas.
Falando em escolhas... Quem aqui pode dizer que teve direito a fazer escolhas e foi respeitada? Em muitas ocasiões não sentimos que isso esteja acontecendo... MAS no momento da gestação, mais ainda que devemos lutar por nossos direitos!
Quando estava tentando engravidar, morando em São Paulo, era acompanhada por uma médica que o tempo todo foi muito especial comigo e, creio, com todas as suas pacientes: Dra. Renata Berrettini Abreu. Ela conversava de modo muito franco sobre as dificuldades que tínhamos para a concepção e foi muito firme em dizer que não me submeteria a exames dolorosos como histerossalpingografia sem que meu marido participasse ativamente fazendo exames também, até porque seriam indolores e ele era parte interessada no processo. - Só isso já bastou para que eu adquirisse ainda mais confiança em seu trabalho e desejasse que ela acompanhasse nossa gestação, quando viesse a acontecer!

Quando finalmente aconteceu a gravidez, ela me perguntou se havia algum motivo para não pensarmos em parto normal. E eu, como sempre o desejei, disse que não, prontamente! Ela disse que ficava feliz em ver que eu estava pensando na saúde do bebê e na minha também ao fazer essa escolha e me explicou detalhadamente o quanto o parto normal traria benefícios, especialmente se meu corpo fosse preparado para isso, com exercícios adequados, alimentação saudável e sem excessos de modo geral.

No dia do nascimento da Larissa, posso dizer que ela liderou uma equipe fenomenal, que respeitou todo o processo dentro do que pedi e necessitei, ponderando sempre comigo e o maridex. Me senti respeitada e ouvi dela: - Todo novo parto parece sempre o primeiro! E vi que ela realmente estava emocionada por fazer parte desse processo.

Infelizmente, da maternidade São Luiz não posso dizer que tenha exatamente as mesmas recordações. Lamento imensamente que tenham tirado a Larissa de perto de mim tão logo ela tenha nascido, e sido examinada, filmada e fotografada. Só a vi muitas horas depois. Fiquei preocupada com a saúde de minha filha e só a levaram pra mamar na madrugada. O incentivo à mamada era de modo muito apressado e por vezes achei que também impaciente. Por muitas vezes, com a desculpa de que a mãe precisa descansar, a levaram para o berçário, que mais parecia uma vitrine de shopping center. Nisso, sim, posso dizer que me senti contrariada e mesmo violentada.

Quando o Caio nasceu, não senti o mesmo respeito aqui em Porto Alegre por parte da médica que me acompanhou, pois ela fez muita pressão sobre a dita necessidade de que fosse outra cesariana (Lalá entrou em sofrimento após horas de trabalho de parto) e disse a meu marido que eu corria risco de ruptura de cicatriz e, portanto, de vida. Não houve jeito, ele foi convencido e travou-se uma batalha em que fui vencida.
No hospital Divina Providência fomos tratados de maneira muito humana e a equipe de enfermagem foi maravilhosa. Todo mundo solícito e sempre estimulando pacientemente a amamentação, o descanso, a participação da Larissa e do papai Paulo no primeiro banho, na troca de fraldas, no acolhimento do bebê.

E contigo, como foi? Que tal colaborar com esta pesquisa INFORMAL, mas muito importante? Sendo sincera, claro, dando seu depoimento nos comentários, se desejar, mas sobretudo sabendo que não há necessidade de identificação!


A iniciativa desta blogagem é das engajadíssimas Ligia Moreiras Sena, Fernanda Andrade Café e Ana Carolina Franzon.

Caso não consiga responder no formulário, utilize este link para responder, Ok?!
Obrigada!

 

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