O risco de cesáreas desnecessárias

FOTO: http://www.yeahbaby.com

Por duas vezes, contra a minha vontade, fiz cesariana. Da primeira vez, em São Paulo, depois de quase 6 horas de trabalho de parto, 9 dedos de dilatação, contrações suportáveis graças à anestesia, viu-se que a Lalá estava com os batimentos cardíacos diminuindo, entrando em sofrimento. A obstetra conversou com o pai da criança, disse que provavelmente a posição não estava ideal para sair por parto natural, que era o meu sonho.
Ok, confirmou-se que ela tinha virado o pescoço, estava como com torcicolo, não tinha jeito, foi assim mesmo. - Não posso reclamar de dores, a recuperação foi um espetáculo mesmo, logo estava tomando banho sozinha e caminhando pelos corredores da Maternidade São Luiz.
Já na segunda experiência, a cesárea foi marcada pro dia 06/01/2009 porque "o bebê estava muito grande". Mesmo com o calor complicado de "Forno Alegre", o sono irregular, a coluna enlouquecida, não se esperou até o fim do mês para ver se realmente havia necessidade.
A médica dizia que eu não poderia fazer tentativa de parto natural sem riscos, por já ter feito uma cesariana anterior... será??? - Volta e meia me pego pensando nisso, especialmente com a quantidade de gestantes que tenho visto por aí, mas principalmente quando penso nas minhas amigas que estão gestando.
Isso me ocorreu e... me deparei com a seguinte nota na revista PESQUISA FAPESP, que recebi esta semana:
"Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre saúde materna indicou que o risco de morte é maior para mulheres submetidas a cesárea sem indicações médicas do que aquelas em que esse procedimento cirúrgico é realmente necessário. As cesáreas devem ser realizadas somente quando há indicação médica, de acordo com estudo coordenado por Metin Gülmezoglu, do departamento de pesquisa e saúde reprodutiva da OMS, sediada em Genebra, Suíça.
Publicado em janeiro na revista Lancet, esse trabalho indicou que o risco de internação era de 6% entre as mulheres submetidas a cesáreas sem indicação médica e de apenas 0,6%.
Os casos de transfusão de sangue e de bebês prematuros internados em unidades de terapia intensiva também eram mais comuns quando as cesáreas eram eletivas. As cesáreas representaram 27,3% dos 107.950 partos realizados em nove países - Camboja, China, Índia, Nepal, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã.
A OMS recomenda que as cesáreas não ultrapassem 15% do total de partos, por causa da possibilidade de trazer riscos à saúde do bebê e da mãe quando realizadas sem necessidade.
Entre os países analisados, a China apresentou a proporção mais alta de cesáreas, com 46,2% do total de partos, seguida pelo Vietnã, com 35,6%".


Pausa para meditação


Férias de verdade







Pela primeira vez em 12 anos tiramos férias de verdade, daquelas de largar de mão a rotina meeeesmo e nos especializarmos em não fazer nada muito planejado, estarmos com o coração aberto às novidades e relaxarmos sem culpa. Por que será que fazer isso andava sendo tão difícil?

Essa vida adulta tem lá seus muitos prazeres, mas parece que eles estão sempre carregados de uma neura, ou culpa por estar se divertindo, por sair do ciclo vicioso de só pensar nas obrigações.

Em tantos anos, acho que a busca pelo lugar ao "sol" foi a nossa desculpa, nossa âncora. Mas, agora, conseguimos que olhar o mar, ficar "de molho" e que até tirar bem menos fotos que o normal fosse tudo muito gostoso, alimentando as 4 almas e gerando uma aura de paz, harmonia, afinidade.

Conseguimos que a rabugice da Lalá fosse revertida enquanto ela alimentava tartarugas no projeto TAMAR de Barra da Lagoa, mostramos um pouquinho da paixão por ser biólogo que habita em nós. O Caio estranhou, mas curtiu muito aqueles animais que são tão antigos, que podemos chamá-los de verdadeiros dinossauros contemporâneos.

Experimentamos uma curtição a 4 que nos fez afastar alguns problemas que pareciam insolúveis da mente... Não dizem que sair do olho do furacão é o que permite que a gente consiga derrotá-lo, ou pelo menos lidar com ele?

Acho que conseguimos tirar a nossa pequena do pensamento dominante nas crianças de hoje, que parecem adolescentes ao se preocuparem tanto com ter, aparentar e ser popular. Estar descalça, brincando com as conchinhas na beira da praia fez uma tremenda diferença, visível no ato.

No dia a dia, embora tentemos muito que o compartilhar seja natural, que a tolerância (ou abrangência, como li numa revista que seria mais adequado), a inclusão e a compaixão sejam valores presentes, é difícil quando ao mesmo tempo precisamos ensinar que não se dá conversa para desconhecidos, que pra nos deixarem ter um mínimo de silêncio para lermos podem vidrar-se no computador e seus games, justificamos nossas ausências com a necessidade de termos mais coisas, pagarmos as contas e ganharmos mais dinheiro, estimulando o individualismo...

Porém, para conseguirmos quebrar a regra, não foi preciso grandes gestos, apenas buscar a simplicidade; sabíamos o que queríamos (desligar de quase tudo), tínhamos uma certa organização (pesquisamos a pousada, o local, o que precisávamos trazer), viemos de coração aberto (disponibilidade) e tínhamos certeza de que esse era um tempo para nós.

Sem nos darmos conta, passamos a desconstruir hábitos, seqüências de ações e a aproveitarmos a espontaneidade e refazermos nossos "rituais" diários com mais leveza.
Por isso, essa semana já valeu pra recarregarmos as baterias e retornarmos a POA cheios de pique!

Semana inesquecível!





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