Desfralde

Uma criança nunca é igual a outra. Essa frase tão comum, sempre repetida, pode parecer óbvia. Mas, embora cada criança nasça em um momento familiar, de maturidade dos pais e tenha características que são de sua personalidade, podemos ter a tendência a forçar os filhos a se comportar de acordo com nossas expectativas, sonhos ou cobranças que a família, a escola ou seja lá quem for faça conosco.


Imagem: http://pt.fotolia.com


Se a cobrança existe, não é obrigação nossa assumirmos esse peso! Falo porque estamos no processo de desfralde do Caio e hoje vejo como estou mais tranqüila em relação a isso do que na época em que começamos com a Larissa a percorrer esse caminho.

Ela dava sinais de incômodo ao usar a fralda e ficava puxando... E isso, me diziam, era um sinal de desconforto (ela teve, inclusive, brotoejas) e de que poderíamos começar o desfralde. Ok. Era uma época de calor em São Paulo, ela tinha 2 anos e alguns meses, portanto não custava tentar. Havia uma certa cobrança no ar, que crianças com mais de 3 anos usando fraldas era coisa sem cabimento e blablablá...

Olha, ela não estava pronta. E, na minha ansiedade de querer que a pequena fizesse certinho, comecei a cobrar dela algo que ela não estava em condições de realizar. Não contente, fiz duas outras tentativas até olhar para mim mesma e perceber que, na verdade, não era uma escolha minha. O corpo dela tinha de estar maduro, esfíncteres podendo segurar a urina e as fezes. E ela precisaria de calma para não atrapalhar o processo.

Algum tempo depois, claro, ela foi espontaneamente solicitando o uso do vaso sanitário. O penico de troninho da Turma da Mônica era pura diversão, para banhos nas bonecas, ou para sentar quando queria desenhar na sua mesinha...


Imagem: http://nalu.in/822


Hoje estamos vivendo esse mesmo momento com o Caio. E reconhecer os tais sinais de que a criança estava desejando ficar livre das fraldas, me parece mais simples. Mas acho que dá pra compartilhar, já que sei que essa ansiedade não é só minha - tanto que teve gente me telefonando essa semana para falar a respeito!

1 - A criança demonstra curiosidade de ver adultos usando a privada e tentam imitar, ainda que usando suas fraldas normalmente. Aproveitando essa capacidade de observação, além de eu ter o hábito de ingerir bastante líquido, vou proporcionalmente ao toalete. Assim, acabo convidando o Caio, perguntando se ele quer ir também, para evitar que ele esqueça, já que a prioridade dele é sempre brincar.

2 - Se incomoda ao ficar suja de cocô e/ou xixi. Pede pra tirar ou fica puxando a fralda.

3 - Consegue diferenciar xixi de cocô para comunicar o que quer fazer.

4 - Há crianças que preferem penico; outras, o redutor que se encaixa à tampa do sanitário. Isso pode ser algo que transmita mais segurança. A Larissa preferiu o redutor e nunca gostou de penico até os 4 anos! Hoje adora ver que a vovó tem um em casa e, nas raras vezes em que tem banheiro ocupado e precisa usar, por estar "apertada", faz a maior folia - e já vai fazer 8 anos! Já o Caio detesta o redutor, pouco usou o penico e prefere ir direto na privada ou no famoso papagaio, como aqueles de hospital. Tenta muitas vezes fazer em pé.

5 - Se a criança, além de saber comunicar que quer ir ao toalete e dá sinais físicos, como colocar a mão nos genitais, pisar nos pés, ficar aflita sacodindo as mãozinhas... acho que é um bom jeito de perceber que, mesmo de fraldas, ela não quer sujá-las.

6 - Ver os irmãos mais velhos fazendo sempre serve de estímulo, ainda que os adultos também o sejam. Imagino que pensem que também são capazes de fazer o que uma outra criança já faz. E, nesse sentido, coleguinhas de escola costumam desfraldar juntos e as professoras tendem a colaborar muito nesse sentido!

7 - Nós procuramos comprar cuecas deixando que o Caio escolhesse com ou sem desenhos, cores que gostasse, para se sentir motivado. Ultimamente Carros, Scooby-Doo e Ben10 andam bem fáceis de encontrar.


8 - Ao contrário do que já ouvi falar, acho errado levar livros para que a criança se acostume a sentar no troninho. O banheiro é lugar de higiene e de fazer xixi e cocô. Não quis que as crianças associassem uma coisa à outra. Inclusive isso pode ter atrapalhado um pouco quando tentamos o desfralde da Larissa.



Imagem: http://blog.akasha.pt



Nosso desfralde diurno está Ok, começou por pedido do pequeno nos dias de calor, embora haja dias em que fique mais difícil de controlar, seja pelas baixas temperaturas aqui em POA, por um dia em que a criança está querendo chamar mais atenção ou mesmo porque não se sente bem. 

Mas nós optamos por tirar a fralda noturna mais tarde, porque vimos que, apesar de em muitas noites o Caio não molhá-la, se ele não jantar ou comer um lanchinho em casa - apesar de jantar na escola -,  tenderá a sentir fome e nós acabaremos dando um leite antes que nós durmamos.

E isso é um fator importante: a ingesta de líquidos antes de dormir faz com que a criança sinta vontade, mas muitas vezes não reclame nem peça para ir ao banheiro antes de pegar no sono ou mesmo dormindo. E se ficar molhado, quanto tempo vai levar até reclamar no inverno rigoroso que fez esse ano? Só quando estiver bem gelado?

Então nós já observamos que há muitas noites em que o Caio reclama dormindo e o levamos para fazer xixi, porque ele choraminga. Mas há noites em que ainda não o faz. Assim, se na primavera, mais perto do verão, ele se sentir seguro, nós tiraremos a fralda, num momento em que ele não esteja com grandes mudanças na rotina em vista, para não embolar tudo.

Agora lembrei que faz alguns meses que nós recebemos uma caixa bem bacana da Huggies Turma da Mônica, com fraldas Soft Touch, Shampoo e Condicionador para Cabelos Cacheados que estavam sendo lançados (Lalá adorou! Usa a linha desde Bebê!) e Shampoo para o corpo todo + condicionador para todos os tipos de cabelo.


O Caio ainda usa as Soft Touch... E nós recomendamos! Porque elas não têm perfume (e o Caio é alérgico), a pele não embolota, o elástico é resistente e ela não costuma vazar. O preço compensa a qualidade e seguido tem aquela promoção em que nós fazemos a coleção dos personagens da Turminha!!! - Imagina, nós que amamos os GIBIS... Amamos ainda mais ver o DVD com o próprio Maurício de Souza falando diretamente conosco!

Olhem só a folia que nós fizemos! Já está no Youtube desde abril, mas não tinha postado nada aqui:


Pontinha de inveja

Gurizada em polvorosa por aqui. Projetos escolares bombando!

Hoje a Larissa teve apresentação teatral em que foi o cavalo perdido do Negrinho do Pastoreio, nesse projeto em que as formas de transmitir as histórias estão sendo abordadas. Tem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas o que ela está adorando veio pra casa hoje.

Lalá está estudando o livro "O Planeta Caiqueria", da editora Projeto - autor: Hermes Bernardi Jr. e o personagem principal, que se chama Criatura, veio passar a noite conosco! Uma alegria só!

Ele assistiu a aula de patinação da loira, andou na cadeirinha do Caio no trajeto da escola para casa, sentou no cadeirão para jantar e ouviu as histórias que a Lalá leu pra ele, criadas pelos coleguinhas.

Criatura e Larissa curtindo uma comida caseira

Bem, pra quem não conhece, no planeta Caiqueria, o Criatura guardava as histórias em ramalhetes que ficavam em caixas, para não perdê-las, pois não tinha boa memória. As ilustrações de André Neves são muito bacanas e parecem sair de dentro do livro, ganhando vida.

Agora é o momento de as crianças inventarem suas histórias e a imaginação fazer com que os pequenos leitores mostrem o quanto são interessantes suas idéias, não guardando-as apenas para si.

O Caio também teve a visita, faz algum tempo, do Robin, um personagem criado com as roupas e acessórios dos alunos do maternal 1. Nesse caso, o objetivo era trabalhar a questão dos limites, e nós fizemos um relatório sobre as combinações importantes que temos em família, para que a vida corra bem. Uma das nossas foi o uso do cinto de segurança!

Caio e Nenê no booster, usando o cinto!

Agora, mais uma vez, a "Fôfi" do mano nos surpreende: já num projeto novo, sobre meio de transportes, hoje chegou a passagem de avião e o roteiro da grande viagem da turminha pelo mundo dos contos de fada. Começará num piquenique com a Chapeuzinho Vermelho (lanche coletivo!); depois o avião partirá ao encontro de um navio onde a Pequena Sereia os encontrará para um mergulho (e a meninada levará o que achar necessário para fazer mergulho, como sunga, roupão etc.); no terceiro dia, simulação de um passeio na floresta até a casa dos Três Porquinhos (e a meninada levará o que precisará para defendê-los do Lobo). Haverá também a Branca de Neve e os Sete Anões, Aladim e a Lâmpada Mágica e Alice no País das Maravilhas, finalizando com um baile de fantasias malucas.

Estou contando tudo isso a vocês porque fiquei com uma pontinha de inveja. Somos pais participativos, claro, mas ficamos doidos de curiosidade, com vontade de assistir de pertinho e nem sempre as atividades são fotografadas ou filmadas, embora eu imagine que essas lembranças não venham a se perder nunca para nossos filhos.

Fiquei com essa invejinha de não estar junto, mas também de não ter tido isso nos primeiros anos escolares. Nossos professores eram mais tradicionais, mais presos às cartilhas - olha a denúncia de antiguidade aqui! - e, talvez, menos livres para criar.

Hoje a criatividade é uma demanda da educação. Comodismo, então, é sinônimo de falta de respeito. Aquele professor que antigamente dava a mesma aula, ano após ano, não tem mais espaço, ainda que se diga que em escolas públicas os professores fazem o que bem entendem porque os alunos não estão nem aí - como já trabalhei na rede pública, digo que não é bem assim. 

Os estudantes estão muito atentos e adoram novidades, desafios, invenções, colaboração e meter a mão na massa quando percebem que vem aí uma boa proposta, uma oportunidade de sair da mesmice. Principalmente tendo à disposição tantas informações e tecnologias.

Por acompanhar de perto seu trabalho, estou aqui pra dizer que eu adoraria ter sido aluna das professoras dos meus filhos.

E não estou sendo paga para divulgar essa campanha:


Imagem: www.educarparacrescer.abril.com.br




11 de setembro de 2001 é inesquecível

Ontem, respondendo a vários amigos blogueiros, parei para pensar no 11 de setembro de 2001: - Onde eu estava?


Um deles dizia que estava na fila para comprar ingressos para o festival Porto Alegre em Cena, um dos mais bacanas de fidelização do público para o teatro. Outros, estavam trabalhando.


Vou colocar aqui, ipsis literis, o que escrevi no blog da @tukasiqueira e depois copiei no da @samegui:



Lembro de estar sozinha em casa e uma amiga colombiana me telefonar. Ela estava apavorada, falava muito rápido e liguei a TV tentando entender.


Se naquele dia me sentia sozinha morando em SP, nesse, então, foi um dos piores. A sensação angustiante de que, sim, existia uma forma de o mundo acabar, era através das mãos da intolerância. 


Seria o início de uma guerra? O que viria a seguir? 






Imagem: www.xpg.com.br


Lembro que quando liguei a TV o segundo avião colidiu com o prédio.Não foram apenas as torres gêmeas que foram atingidas, mas todo aquele sonho de que a humanidade é fundamentalmente boa que parecia estar sendo derrubado.


Todos aqueles filmes em que terroristas tinham planos de acabar com os Estados Unidos pareciam estar virando realidade. Acho que a guerra, de fato, já existia, pelo domínio dos territórios em que havia petróleo. Era velado. E os Estados Unidos tiveram, então, sua justificativa para continuar enviando agora mais ostensivamente suas tropas de jovens cheios de potencial para o Oriente Médio.


Na minha mente ficou uma frase antiga: ä semeadura pode ser aleatória, mas a colheita é certa". - Não torci nunca por isso, mas a sensação de que a gente constrói o céu e o inferno em que vive se uniu à frase.


Também desejo, como dizem as misses, "world peace". E procuro educar meus filhos pra isso. Torço pra que outras famílias tenham esse objetivo em mente.


Paz e luz, para todos nós que perdemos um pouco de nossas ilusões no 11 de setembro de 2001.


Ingrid


P.S.: O blog do estadão traz imagens do dia seguinte ao atentado e algumas reflexões bem interessantes. O banner a seguir copiei de lá:






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