Sabem quando a gente conhece alguém e a empatia é imediata?
Foi assim comigo e não esqueço o dia até hoje.
Já fazia algum tempo que eu ouvia falar na Karina, a prima artista do meu marido.
Ela tinha largado a faculdade de nutrição e saído cedo de casa pra tentar a carreira de atriz, talvez influenciada pela irmã mais velha, Vanessa, que é cantora e tinha trabalhado também como atriz.
Aí a gente foi se conhecer quando chegamos em São Paulo, com poucas referências de família e amizades. Ela abriu os braços e um sorriso especial, como se estivesse revendo uma velha amiga. E eu achei muito bom que ela fosse uma pessoa acolhedora e sem frescuras.
O tempo passou, a amizade se fortaleceu, tentamos trabalhar juntas, curtimos gestações sonhando como seriam as nossas meninas, depois as pequenas se tornaram amiguinhas inseparáveis. A Manu nos adotou como dindos, mas a vida nos tornou irmãs...
A Karina tinha experimentado o sabor de ser reconhecida em qualquer lugar depois de ter feito uma personagem carismática na novela Torre de Babel (Shirley), mas sabia que teria de batalhar bastante pra continuar na carreira que escolheu. E não foi simples, porque como ela, havia muitas atrizes almejando seu lugar ao sol... Mas ela não estav adisposta a vender a alma para isso. Talvez por esse motivo, tenha tido de batalhar muito mais.
Nós vimos o que isso significou: a angústia pela incerteza de trabalhos que ficaram na promessa, gente que tentou crescer usando o nome dela, a vida pessoal vasculhada (sim, porque tem gente que se tiver cólicas vai comentar isso nas revistas de fofocas, pra não se deixar esquecer pelo público), mas o negócio dela era trabalhar, não era virar celebridade.
E nós formamos uma família, nos apoiando em momentos como os que vivemos, de muito receio sobre como seria o dia seguinte. E ela não desistiu, porque tinha certeza de que semeando, com pequenos trabalhos, conseguiria continuar a atuar e bons trabalhos apareceriam.
Por coisas da vida nos afastamos. E um tempo depois, voltei pra Porto Alegre. Não sabia se ela continuava morando no mesmo lugar, como estava a minha afilhadinha, raramente tinha notícias quando falava com a mãe dela... E cada uma foi tocando sua vida.
Mas hoje, com a oportunidade de ela ter vindo com a peça pra POA, fomos atrás de conversar com ela e a reaproximação aconteceu... Foi tão bom!!! Ela continuava otimista, grata por trabalhar no que gosta e com pessoas inteligentes, queridas; falava conosco como se o tempo não tivesse passado. E choramos por tudo o que deixamos de viver juntas e pelo que ela viveu durante a infância com meu marido e minha cunhada, com quem tem uma ligação especial.
Por isso, Ina, quero te dizer o quanto foi especial tua passagem por aqui nesse feriadão. E dizer que apesar da distância, a amizade continua. E a admiração pelo teu talento e por manter teus valores, cada vez maior!