"Papai o Cééu, Pai o Cé-éu, obiga-go, obiga-go
um linchiinho, um linchiinho a-amém, a-amém"
Caio encontra-se em plena adaptação à nova escolinha. Essa música é cantada com alegria em casa, lembrando como é bom estar na escola e que ele internalizou uma rotina e quer dividir conosco. Como já falei (muito) anteriormente, a primeira experiência parecia que seria muito bacana. Não foi. Precisamos agir e acabar com 10 noites seguidas de choro sem parar, de 19hs até praticamente o meio dia seguinte. E agora ele está tinindo na escola, adora ir... mas recomeçou a chorar na entrada. Acho que ele não está muito bom. Muita tosse, muita secreção e chegando a vomitar à noite...
Mas o que mais tenho gostado de ouvir é o pequeno se preparando pra dormir e começando a pedir: - Nanar, mamãe! - seguido de "Papai o céu (e eu pergunto pelo que o Caio quer agradecer no dia de hoje? E ele diz:) o Nuni (namorado da prima mais velha!), o Papai, a Mamãe, a Lalá, a Fôfis (profes) Nana e Léli" e assim por diante. Ele agradece pelo papá, pelo "inchinho" (lanchinho), pelo gagau (mingau), pelo mamá (leite) e isso me faz pensar que a espiritualidade do meu pequeno está indo por um bom caminho.
Ser grato e reconhecer o que se tem, o que se conquista e não apenas esperar da Divindade que resolva seus problemas pode ser um caminho bem bom de encarar a vida. Não fui educada assim. Acho que, como muitos que estudaram em escolas confessionais aprendeu a fazer rezas e a pedir, mas bem pouco a se relacionar com Deus.
Independente da religião, acho que é papel dos pais tirar Deus do altar e aproximá-lo de nós e da mesma forma tirar da criança essa distância e de um certo temor que não significa respeito, como se apresentassem dois dos seus melhores amigos, torcendo pra que se dêem muito bem.
Se tem algo em que posso me apoiar nessa semana difícil pra cacete é que vejo que a Larissa já conquistou isso e tem vivido diariamente essa fé. E que o Caio está indo pelo mesmo caminho.