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Hoje é um dos dias em que o stress pode atingir seu clímax: acordei toda encolhida, tensa e, portanto, com dores nas costas e na cabeça. Quando acordei meeesmo, foi pra ouvir, de chegada, que a nossa tia Lu "secretária do lar", estava pedindo demissão e o motivo era dos bons: o menino dela foi agredido pelo filho da dona da creche, que tem 16 anos...

Conversas sobre procurar a polícia, o conselho tutelar e apoiar, é lógico, que ela queira ficar perto dos filhos, mas a cabeça já imaginando o quanto detesto passar roupas e até conseguir alguém de confiança pra entrar na nossa casa... Não tem jeito, vamos encarar, não tenho como fugir das lidas domésticas.

O Caio já ia acordar cheio de gás e precisando fazer inalação, eu doida por um banho - detalhe -, a Larissa que tem de tomar café duma vez pra depois não embromar com o almoço, que já virou briga diária... Não queria pensar, mas... Depois disso, lembrei que Patrick e Bob Esponja deveriam estar doidos pra fazer seu xixizão matinal pelas ruas e latir um pouco pros concorrentes ao poste mais próximo, que as camas precisam ser arrumadas e que eu mereço tomar café da manhã. Resolvido: uma coisa de cada vez, "nossos comerciais, por favor"?!

Quando me dou conta, a música ao fundo é cantada pela Larissa: uma versão própria de hino nacional com hino riograndense que diz mais ou menos assim "sirvam nossas fastanhas de modelo... Brasil um sonho imenso, seja seeeempre assim!" - Nesse momento ela estava ajudando a separar as calcinhas que deixaram de servir, o elástico aperta e tal. - Foi um momento especial!

Hum, me dou conta: também tinha esquecido que hoje era o dia de tentar pegar senha pros ingressos que serão distribuídos pro show do Nando Reis que terá amanhã numa concessionária de automóveis... Aff, fila... isso eu passo.

Nisso, minha comadre que veio da Argentina ver a família liga, cancelando nosso encontro, porque estava meio enrolada, o que é normal, todos querem sua visita e a comilança a correr solta, sabem como é!

O dia que estava nublado começou a dar sinais de que o sol apareceria, dando uma aquecida na alma e espantando os pensamentos que, como o céu estavam nublados, cinzas. Respiro fundo, aí começa uma D.R. pra qual ando com tolerância zero... volta tudo de novo à mente e eu vou longe, a cabeça pensando numa praia do nordeste, de preferência daquelas em que haja apenas eu, o sol, o mar, a areia branquinha, o protetor solar e uma caixa térmica com frutas, água de côco...

Aí me dei conta de que todos os meus dias são de gincana mesmo, uma tarefa acontecendo ao mesmo tempo que a outra e que eu não sou de me acovardar, de fugir da raia. Que não gosto de dias monótonos, nem de vida sem objetivos, que minha motivação na vida é ter um dia repleto, que me faz feliz ter desafios.

Que tal uma terapia do abraço?