O que as brasileiras desejam mudar nas mesas de cirurgia?

82% das pessoas que fizeram cirurgia plástica no ano passado eram mulheres... desejando fazer lipoaspiração e melhorias no corpitcho do pescoço para baixo. Pela reportagem que assisti na TV, o IBGE diz que o que mais se faz em mulheres é aumentar os seios junto com a "secagem" da gordurinha.

Tem muita gente investindo seriamente (até mesmo parcelando no cartão de crédito e/ou fazendo consórcios para bancar o projeto!) nos métodos contra o embagulhamento, seja ele precoce ou não. O motivo, eu diria, é a pressão cultural e social para a busca de uma aparência próxima do modelo de perfeição.



No entanto, segundo uma revista semanal (não lembro se Época ou Veja), apesar de toda a preocupação com o emagrecimento e "turbinagem" do físico, a mulherada engana-se ao crer que isso é suficiente para agradar o sexo oposto. - Sim, porque muita gente entra "na faca" para agradar os outros, não a si mesma! - No fim das contas, de acordo com a reportagem, os homens acabam sentindo mais interesse pelas fêmeas curvilíneas, o que seria explicado biologicamente pela idéia de fertilidade que os corpos sinuosos transmitem. Pior: até podem se casar com as esquálidas, porém traem justamente com as mais gordinhas.

Ou seja: o ser humano não se dá por satisfeito nunca. - Se pelo lado da criatividade isso é bem interessante pois leva a vários progressos, por outro lado significa que deveríamos pensar um pouco mais sobre a real necessidade de mudarmos o visual.

A neurose da nossa época é a busca pela aparência: de sucesso, felicidade, saúde, inteligência (lembra da propaganda de um jornal que usava o jargão "cara de conteúdo"?), quando na verdade parece que nos sentimos cada vez mais frustrados por não conseguirmos atingir essas metas em cada um dos setores de nossas vidas.

Haja terapia para que as mulheres deixem de transar só com a luz apagada e consigam diminuir o medo de que suas imperfeições sejam vistas! Veja-se a quantidade de pessoas tomando antidepressivos, com a auto-estima dilacerada, insatisfeitas constantemente e fazendo qualquer negócio para se sentirem aceitas... pelo que de fato não são!

Os homens não deixam por menos, tomando remédios para disfunção erétil aos 25 anos (sem necessidade), temendo não ser o amante que as revistas propagam, nem os conquistadores que as propagandas de cerveja parecem prometer, nem ricos o suficiente para ter o carro, o status e a vestimenta que a sociedade como um todo lhes cobra - os "guias" de como ter um melhor "quociente emocional" ou de como relacionar-se com as pessoas para conseguir sua aprovação, ou, ainda, como aparentar o sucesso que se deseja atingir, por exemplo, são campeões de vendas!

Será que existe divã para todo esse povo?

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