Pois é, nem eu mesma acreditava que pudesse acontecer de mudar bastante o meu olhar sobre mim mesma, mas está acontecendo. Foi preciso tirar um tempo para pensar, chorar, pirar, me desconstruir para tentar reconstruir meu emocional, a auto-estima para então poder justificar a existência desse blog.
Considerando-se que de uns 10 anos pra cá, ao mesmo tempo que semeei muitas coisas bacanas, colhi não apenas resultados positivos em muitos dos projetos e sonhos. E ao longo desta década ou até mais tempo do que isso, milhares de questionamentos vieram à tona, como: sou boa mãe? Até que ponto meus erros interferem na vida das crianças? Que tipo de esposa, profissional, acadêmica, filha, mulher, tenho sido? Qual dessas identidades me define melhor?
Achei que durante todo esse tempo vivi uma T.P.M. constante, tantos altos e baixos, tantas "crises", dúvidas sempre me acompanhando, especialmente essa experiência maravihosamente absurda e tão cheia de culpa que é a maternidade.
Bom, pra tentar resumir, nesse exato momento parece que finalmente encontro o meu eixo. Aos poucos, com ajuda, especilamente dos meus afeto, mas sobretudo de mim mesma, pareço sair daquele estado em que me encontrava por tanto tempo, com milhões de pensamentos se chocando como átomos ativados, sentimentos desencontrados, projetos nunca concluídos, uma sensação de fracasso, como se estivesse usando óculos embaçados.
Nesse momento consigo olhar para mim mesma e dizer que sou uma sobrevivente, mas também uma vencedora em vários aspectos. Agora parece que limpei as lentes dos óculos, percebendo a beleza do que me cerca, concluindo que fui parte ativa do ambiente criado, da energia que circula, da felicidade que sempre esteve ao meu lado e que muitas vezes não me pareceu suficientemente boa.
Descobri que sou bipolar faz alguns dias. Fiquei magoada, percebi meu preconceito contra mim mesma, como se tivesse sido rotulada por uma doença. Mas a terapia, o meu empenho, a medicação, a leitura de materiais a respeito e o apoio fizeram toda a diferença e continuarão assim, enquanto eu for persistente.
Já me percebo menos impaciente, mais tranqüila, mais animada, inclusive retomando projetos e colocando limites no que não me serve mais. Me sentindo eu mesma, não com medo de não estar no controle da situação, mas aceitando alguns dos desafios que a vida apresenta, mas também topando um momento de serenidade, preguiça, ócio sem culpa.
Por isso, posso dizer que estou recomeçando, numa nova etapa. E posso cantar aquela sempre atual canção do Ivan Lins:
"Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido..."
E agora posso falar das muitas coisas que descubro diariamente que sei, que estou aprendendo, que desejo conhecer...
Comecei uma espécie de "feng shui" para ajudar a coisa a continuar no embalo. Brinquedos que as crianças apenas amontoavam agora irão para crianças que deles farão ótimo proveito; livros, idem!
Até encontrei uma proposta de projeto de doutorado que escrevi faz anos! - Quem sabe o d ia de amanhã?!
"Começar de novo e contar comigo (laralará)"
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1 pitaco(s):
É , Ingrid ...sabe que há uns 3 anos mais ou menos senti algo mais ou menos parecido com isso aí que vc descreveu? O diagnóstico foi outro , diferente , mas igualmente aterrorizante. Sindrome do panico. E engravidei tomando remedios...mas isso é uma outro historia e depois vou te contando aos pouquinhos.rsrs
Força aí...
ahh , seu blog é ótimo.
beijo
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