"Você deveria abrir um consultório" e outros pequenos fatos cotidianos

Hoje dei uma fugidinha do trabalho antes que viesse o temporal prometido - que não veio - e fui fazer as unhas, pensando em estar "ajeitadinha" para amanhã, aquele grande dia em que, após 11 da defesa do mestrado, vou voltar aos bancos escolares na UFRGS.

Achei que fosse ficar extremamente nervosa por causa desse retorno, já que tive alguns problemas que me  marcaram profundamente no encerramento da dissertação e, a partir disso, nem queria pensar em voltar a isso. Era um tema que causava angústia, irritação profunda, embora todo o processo de ingresso, aprendizado, estudos do mestrado tenham sido fantásticos e tenha conhecido gente fabulosa, outras que por si só dariam uma tese sobre o ego no meio acadêmico também.

Ao contrário do que pensava, o dia de hoje, que está quase acabando, foi tranqüilo. Na verdade, está sendo um caminho bem bacana esse que começou no momento em que voltei a fazer terapia. Tem gente que acha que isso é frescura, coisa de quem não tem com o que gastar ou amigos com quem contar, mas eu garanto que minha vida está mudando muito desde que comecei a escrever este blog e com a desconstrução de forma verdadeiramente analítica, com uma profissional competente e que conseguiu perceber o que nenhum outro médico conseguiu ver antes.




Imagem: http://webmail.cook.k12.ga.us/



E com ela pude rever fatos, ter novos olhares sobre as antigas situações. O engraçado é que, falo com ela sobre tudo que, em tese, eu sei muito bem como lidar. Mas que muitas vezes embolo no meio de campo, nos pequenos fatos do dia a dia. Dramalhões sobre questões pífias, excesso de zelo com coisas banais, medos bobos, falta de coragem... Engraçado que costumo ser vista como boa conselheira e hoje até ouvi no salão de beleza que deveria abrir um consultório. Na mesma hora comentei: - Aconselhar sobre a vida alheia é uma barbada...

E meter o bedelho na vida alheia realmente parece que é a especialidade do ser humano, não é mesmo?! Mas tem algo além disso: tem gente que lucra muito com a boa-vontade dos outros. E nisso eu não cheguei a cair mais de uma vez, mas fica a dica. Dramas e campanhas estão correndo soltas por aí...




Imagem: http://www.awmueller.com


Pois bem, vou falar uma coisa e espero que não seja vista como grosseria com quem não merece: andei dando bola para pessoas que considerei boas amigas na web. Me diverti, ri e chorei com elas, da mesma forma que aconteceu com várias amigas que tive desde a infância. O negócio é que tem gente que abusou ou fui eu que baixei a guarda, com a minha porção Pollyana que insiste em se fazer presente.

Só que cansei. E acredito que uma das coisas que tenho aprendido com esse tempo de web e com o caminho rumo aos 37 anos é fazer um filtro (talvez pelas lambadas, pelos plágios), mas confesso que em alguns casos em especial fui puro coração e estou vendo que as máscaras podem cair e que isso acontece com mais facilidade do que imaginava.

Por isso, em homenagem a essas pessoas, aqui está o selo de fim de nosso contato:







Desejo sorte, luz, paz de espírito para que não vá precisar de voduzar a vida de mais ninguém...

#BC: O que você faz de bom?



Hoje é dia 12 de março e logo ao olhar para a blogroll encontrei uma proposta interessante no blog da Fernanda Reali: ela dizia que a Bia, da Jubiarte, tinha convocado as pessoas a falarem do que fazem de bom.

Pode parecer estranho falar do que se faz de bom na vida, uma coisa meio vaidosa, de enaltecer a si mesma, mas não é essa a ideia. Na verdade, a intenção é mostrar como pequenos gestos são capazes de grandes mudanças, contribuições reais para que nosso mundo seja um lugar bom de se viver.

Sempre que penso no que sei fazer de bom, penso em três coisas: sou mãe, boa amiga e bióloga licenciada, ou seja: professora.

Como mãe, procuro dar exemplos - como disse a Fernanda em seu post, eles arrastam, muito mais do que os discursos convencem (e eu falo pelos cotovelos!). Seja de boas atitudes como gentileza, separação de lixo, questões de cidadania, afetividade... Mas principalmente de colocar pra pensar sobre tudo aquilo que parece banal, que "sempre foi assim" e outras ideias prontas. Assim, vejo que meus filhos, com 8 e 3 anos, não são pessoas que se deixem facilmente convencer por qualquer conversa mole. - Claro que isso me dá mais trabalho também, nem sempre o que eu digo é acatado de primeira, então tem coisas que exigem certa negociação, mas eu prefiro assim mesmo.

Como amiga, sou boa ouvinte. Quem me conhece sabe que sou solidária e capaz de encarar qualquer barra ao lado de meus pares. Mesmo quando eles nem sabem disso. Essa característica me traz alguns dissabores, mas tenho aprendido também que não posso desejar que as pessoas dêem a mim mais do que podem ou que espere delas o que eu faço, pois somos todos seres diferentes. Procuro estimular os meus amigos no que eles têm de melhor e também naquilo que nem acreditam que possam fazer. Acho que todos merecemos que pelo menos uma pessoa em nossas vidas seja assim com a gente.

Como professora, procuro não dar uma aula qualquer e sempre tenho em mente que o momento em que estou com um aluno ou professor (que é o meu público atualmente), estou com um indivíduo, que tem sua cultura, sua experiência de vida, suas questões, interesses que nem sempre são os mesmos que os que imaginava e isso exige uma certa flexibilidade, reflexibilidade, compreensão, coisas que com o tempo fui desenvolvendo, pois nem sempre fui assim.

Mas, de resto, sou daquelas que desde criança tentava salvar passarinhos, lagartas, lagartixas, patos, marrecos e tudo isso ia parar dentro de casa; paro para dar passagem para animais nas ruas ou os que passam pelas estradas; fico amiga facilmente de estranhos e vizinhos porque sou mesmo gregária e gosto de dar informações nas ruas, assim como também trato a nossa ajudante aqui em casa do mesmo modo que gosto de ser tratada: como um ser humano. E todas as pessoas que trabalharam conosco foram assim.

Aliás, essa é uma coisa que me intriga: como alguém pode tratar mal a pessoa que cuida de seus filhos, sua comida, sua casa, seus pertences e até animais de estimação?

Não vou colocar imagens nossas aqui agora, porque como tenho pressa nem vai dar pra procurar, mas creio que a imagem abaixo fale bastante sobre que tipo de pessoa sou e o que faço de bom:



http://ministerio-ressurreicao.blogspot.com

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...