Exame de Consciência: Outubro Rosa #blogagemcoletiva

Li no twitter, se não me engano, o convite da @samegui para que participássemos, o máximo de blogueiras, da campanha de conscientização conhecida como Outubro Rosa

Tem gente por aí fotografando e postando o Cristo Redentor iluminado, colocando ícones de fitas cor-de-rosa, mas... de onde vem essa idéia? Vem da idéia de "dar uma luz", de dar uma "ligada" nas pessoas. A maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres, daí a escolha da cor rosa, desde o início do século XX, para simbolizar a causa.


Imagem: Campanha Outubro Rosa


Mas aí fica a pergunta: se não somos as únicas, precisamos falar sobre prevenção e cuidados para todos os públicos, não apenas o feminino!

Como sabemos, a educação feminina tem sido voltada para a promoção do cuidado, especialmente com o outro. Os filhos, o marido, o lar, os pais e os sogros, mas é preciso saber cuidar de si. E o cuidado consigo mesma é fundamental na hora de descobrir um câncer de mama, pois num toque durante o banho ou numa troca de roupa, que chamamos de auto-exame, pode detectar nódulos ou caroços, que serão então o indício de que algo está diferente no organismo.

Nem todo nódulo é sinônimo de que algo maligno está acontecendo, mas tem muita gente que teme falar na palavra câncer e nega sua existência ou se entrega diante do diagnóstico, perdendo a vontade de viver. Como não estou aqui pra julgar ninguém, quero dizer o seguinte: todo o tipo de câncer detectado logo em sua fase inicial tem grandes chances de cura; comigo foi assim, só que o tipo de câncer era outro. E conheço pessoas que fizeram cirurgia e estão super bem, recuperadas mesmo, após a retirada de nódulos mamários.

Segundo o artigo Condutas na prevenção secundária do câncer de mama e fatores associados, publicado na Revista de Saúde Pública, é possível ver que em torno de 83% das mulheres entrevistadas nesse estudo de caso tinham o hábito de realizar o exame mensal nas mamas, o chamado auto-exame, mas a consciência de que é importante fazê-lo está  muito associada à classe social/nível educacional ou predisposição para a doença.


Imagem: Revista de Saúde Pública, vol. 39, nº3, São Paulo, junho/2005



Mas, já que falei em cuidar do outro, vejo que o papel da mulher é também crucial no ensino dos meninos a se cuidarem. Os meninos, nossos futuros homens, também precisam aprender a se examinar, se apalpar não apenas pensando em questões de virilidade, de fertilidade. Eles também podem ter câncer de mama e muitas vezes por não pensarem no assunto, quando descobrem que têm câncer, já estão com a doença distribuída por vários órgãos, o que e chamado de metástase.

Outubro é o mês em que ficou "combinado" de ao redor do mundo se falar mais sobre o câncer de mama, mas ao longo do ano todo é tempo de se observar.


Imgem: www.themedemo.indonez.com


Hoje em dia é garantido por lei que as mulheres façam pelo sistema único de saúde a mamografia anual, mas os médicos solicitam para mulheres mais jovens ultrassonografias e mesmo mamografias antes dos 40 anos, para que se tenha um padrão de como é o corpo antes de começarem a baixar os níveis de estrogênio e mesmo antes de amamentar.

Para nós, mulheres, as mamas simbolizam feminilidade, prazer, amor que é dado aos filhos por meio da amamentação, enfim... vale a pena ter cuidado com algo que representa tanto para a gente! E para os homens, com certeza, façam um exame de consciência: é justo pensar que melhor é prevenir do que remediar, não é mesmo?






  



Pra quem reclama não apenas do preço

Muita gente reclama (com razão) que suas cidades não fazem parte do chamado circuito cultural, que não há muitas opções e fica indignada porque peças conhecidas de teatro ou shows de cantores nacionalmente ou até de fora do país não chegam até sua região. Eu era uma delas.

Depois de um tempo, não dá mais pra reclamar tanto assim de Porto Alegre. O povo começou a fazer acontecer e os artistas gaúchos se mexeram pra que não valorizássemos apenas artistas famosos pela TV ou por terem grandes gravadoras e produtoras trazendo seus shows. Passamos a ter um festival chamado Porto Alegre em Cena, para criar um público de teatro, com peças excelentes por preços convidativos. Temos muita produção que o país desconhece, inclusive. - Aliás, nosso estado tem sido privilegiado por trazer de outras regiões uma excelente programação, mas os preços estão absurdos e ainda temos muito pra aprender em termos de oferecimento de um show deste gabarito que desejamos assistir!

São problemas de circulação nas áreas onde ocorrem shows, falta de estacionamentos ou de locais para fugir de entrada e saída dos shows para quem não tem nada a ver com isso. Muitas vezes os locais onde os shows são realizados não estão preparados para mudanças climáticas ou se localizam em vias de acesso complicado/estreito...  - Quero ver em tempos de Copa do Mundo!

Imagem: @paulodedalus
No dia 06/10, por exemplo, fomos @paulodedalus, meu irmão e eu ao show do Eric Clapton e ele foi sensacional! Mas é impressionante que uma cidade simplesmente pare quando um evento como esse acontece. E, nessa semana, vários shows estavam acontecendo, de artistas muito famosos. E continuavam as apresentações de artistas locais também.  

Nesse show especificamente, observei que havia, sim, banheiros químicos para deficientes físicos. Como muita gente sabe, eu andei precisando ficar de molho de novo, dessa vez tendo torcido o outro pé. E estava usando uma cadeira de rodas para me locomover. Não sei como ainda me surpreendo quando vejo que uma pessoa precisa ficar indo atrás de alguém para abrir portões ou afastar barreiras para que seja possível tentar entrar no banheiro químico. Mais ainda: que seja possível se movimentar lá dentro. Uma pessoa que não consiga se levantar da cadeira de rodas, sinceramente, não consegue usar esse sanitário...

[Aí já fica uma dica: hoje à tarde descobri por acaso um evento que deveria ter sido muito divulgado: hoje, dia 20/10/2011, a Faculdade de Serviço Social da PUCRS em parceria com a FADERS, promove o Seminário de Pesquisa Direitos Humanos e Condições de Acessibilidade no RS, em que serão apresentados três estudos, entre eles Condições de Acesso das Pessoas com Deficiência aos bens sociais no Estado do RS, que investigou o acesso à educação, saúde, assistência social, trabalho, cultura e mobilidade urbana das pessoas com necessidades especiais nos 496 municípios gaúchos. O evento ocorre no auditório térreo do prédio 50, das 9hs às 17hs.]

Imagem: http://www.whitegadget.com
Mais ainda: com preços que não andam convidativos, muita gente tem justificativa para não prestigiar os espetáculos. Mas ainda assim eu fico pensando que prefiro pagar por uma peça, que envolve muitos profissionais e que geralmente não contam com patrocínios (ou são discretos), que ir ao cinema para ver filmes americanos, que envolvem, claro, uma leva de gente trabalhando, mas que conta com orçamentos bilionários dos estúdios de Hollywood. Os nacionais tenho feito questão de prestigiar! - Sou suspeita, fiz teatro por vários anos, mas o teatro tem um encanto único!   

Mas há também a programação dita alternativa e que nem sempre é divulgada. Gratuita ou com preços simbólicos, ela tem oferecido oportunidades boas de conhecer coisas fora do "circuito" e dá uma arejada nas idéias, saindo do senso comum. Vamos aos exemplos:

Universidades sempre têm programação como Sobremesa Musical, palestras, ciclos de debates, workshops, seminários, semanas acadêmicas, feiras de iniciação científica e até retiros! Isso nós raramente veremos na agenda cultural de um portal de internet ou ocupa um espaço minúsculo em revista semanal ou jornal, porque não gera patrocínio, mas vale a pena procurar.

Imagem: http://artesanatodebambu.blogspot.com
Estudantes, idosos, professores e classe artística costumam ter descontos em ingressos. Portanto, esteja com seu comprovante sempre na carteira! 

Aqui em POA, além da proximidade da 57ª Feira do Livro, estamos com a Bienal de Artes Plásticas do Mercosul a pleno vapor. E temos mostras especiais sobre direitos humanos, cinema espanhol, estréias de curtas gaúchos... Existe ainda a possibilidade de transporte gratuito até alguns dos locais.


Colabore com sua cidade prestigiando a programação cultural que ela oferece. É preciso criar uma cultura de participar da cena cultural (redundância)! Porque se os artistas precisam ir onde o povo está, como diz a canção, os artistas também se alimentam do aplauso e os patrocinadores investem em espetáculos e shows que dão retorno, assim como prefeituras subsidiam o que tem mais audiência e, então, vira um ciclo vicioso. Foi o que aconteceu com o Festival de Inverno, em que assistimos o show do Arnaldo Antunes por um preço módico e com qualidade incrível, num dos melhores locais da cidade!


No mais, acho que é isso: quem conhece toma gosto por estar em contato com a cultura. Seja uma feira de artesanato, uma exposição famosa, tomar contato com outras formas de ver o mundo faz a gente querer sempre mais!  






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