Como me tornei professora? #blogagemcoletiva: Esmaltes e Educação

Esmaltes: bata rosa + rosa sucesso + paz e amor
Hoje é véspera de uma data muito importante pra nós aqui de casa. Mas para uma grande maioria das pessoas vai "passar batido". O dia do professor, pra gente, é um dia de orgulho. Afinal, somos dois professores de ciências e biologia, @paulodedalus e eu. Inclusive nos conhecemos nos bancos do antigo Instituto de Biociências da UFRGS, nas aulas de matemática aplicada a biologia.







Ei-los!

Quando perguntam sobre como me tornei professora, a frase sai imediatamente da boca, antes mesmo que reflita a respeito: - Sendo aluna. Fui aluna de muitos professores, tendo começado muito cedo, pois pedi para ir para a escola acompanhar os amigos maiores. 

Tive professores maravilhosos e outros nem tanto, mas com todos eles aprendi sobre o que é ser educador, numa época em que caderno de caligrafia, giz e quadro-negro contavam com o suporte das cartilhas e alguns outros materiais que continuam em uso na educação dos meus filhos. E posso dizer, com certeza, que ter sido aluna de gente muito afim do que fazia... fez toda a diferença em minha vida.




Imagem: www.oceanleadership.org



Eram professores sorridentes, motivados, me pareciam felizes por estar naquele lugar cheio de pessoas de origens, crenças e disposições diferentes para estudar. Muitas vezes a maioria não estava interessada em estar lá e era preciso ter jogo de cintura para que, percebendo o astral da turma, algo fosse modifcado nos planejamentos, ou acrescentado, ao mesmo tempo em que a cobrança da escola de freiras fosse do tipo marcação cerrada.

Uma das minhas primeiras professoras foi a tia Lúcia. O relacionamento dela com as famílias dos alunos sempre foi um destaque na minha pré-escola. E isso foi forte a ponto de ainda hoje nós continuarmos em contato! A filha dela é uma das minhas amigas mais queridas e durante a nossa adolescência muito freqüentei a casa dela. - Fiquei tentada a pegar uma foto dela no facebook, mas sem pedir autorização não dá...

Mas talvez eu, como vários outros alunos dessa escola, tenha sido privilegiada por continuar convivendo com meus professores até hoje, pelo bairro em que moramos. Encontro meus ex-professores no supermercado, nas ruas e o que acho bacana é que eles se lembram de mim, do meu irmão, contam histórias que dizem que, sim, os alunos são importantes pra eles também. Aí o professor de química dá um abraço, a do jardim já o reconhece e se forma uma rodinha de conversa...


E quando encontro a professora de física na escola da filhota e ficamos de altos papos? Imagino que ela agora dispõe de laboratório de física, coisa que nós não tínhamos... Talvez essa seja uma disciplina então bem mais atraente agora. - Detestava!!!




Imagem: www.edgartownschool.org



Lembro quando eu morava em São Paulo e uma turma de ex-alunas e atuais também se formou para comemorar o 50º aniversário do nosso professor de educação física. Nos comunicamos pela internet e foram feitas homenagens, bolo, powerpoint com fotos dos tempos em que fomos suas "pupilas" na escolinha de basquete e eu vim para POA para participar desse encontro. A emoção do professor Raul foi tanta que ele riu entre lágrimas e abraçou cada uma de nós com muita emoção! - Não sei se ele tinha noção do quanto é amado!

As professoras de português estimularam muito o gosto pela escrita, por conhecer a história que havia por trás de cada autor que líamos e que usássemos a criatividade em nossas composições. Elas foram as primeiras a trabalhar conosco no pátio, ou em posicionamentos diferentes dos tradicionais postos de mesas e cadeiras enfileiradas, nos mostrando que era possível, sim, olhar diferente para aquele lugar e aquelas pessoas com quem crescíamos.


Uma experiência interessante que tive foi ver a minha professora da primeira série voltar a ser minha professora na oitava... Foi um exercício de quebra de paradigma. Na minha memória ela era a professora idealizada, uma verdadeira fada, a que me acolheu numa escola que considerava enorme e que me incentivou muito quando eu já sabia ler, a ser uma "monitora" dos coleguinhas que ainda mal conheciam as letras - na época não era obrigatória a pré-escola. E, depois, quando eu já era adolescente, ela se mostrou uma tremenda companheira e incentivadora da galera, a então "sôra" Dirlei.


Essa imagem é da entrada da biblioteca da 
faculdade de Educação da UFRGS, onde estudei.
Tenho sempre em mente o quanto vale a pena a dedicação ao trabalho em educação quando me dedico a ele. Mas não é por isso que acho que professores são missionários e basta a satisfação de trabalhar com o que gostam para se darem por satisfeitos. Continuo acreditando que assim como outros profissionais, merecem respeito e reconhecimento por seu trabalho com condições salariais, ambiente de trabalho, investimento em atualização e incentivo para que vivam motivados a continuar dando seu melhor.





FACED - voltei lá depois de 10 anos
um dia desses


E é por isso que me juntei a um projeto que coloca em prática tudo isso a que acabo de me referir. Se quiserem conhecer um pouco sobre ele, basta clicar aqui.  


Poderia me dedicar dias ao tema e este certamente não será meu melhor post, porque desde ontem me sinto correndo atrás do rabo para dizer o quanto sou grata aos verdadeiros mestres que tive e desejo continuar tendo ao longo da vida. Porque com eles aprendi que vale a pena continuar uma eterna curiosa, aprendiz da vida.


Por isso, aqui deixo pra vocês o que gostaria de fazer pessoalmente, hoje e sempre:


Imagem: www.zazzle.com.br

Estava esquecendo: este post faz parte da blogagem coletiva Esmaltes + Educação, proposto pela Fernanda Reali

13 pitaco(s):

Anônimo disse...

Somos muito gratos são eles que nos mostram as histórias e com eles tomamos uma história, grande abraço.
josiana leite - Decorafino

AnaCristina disse...

parabens pra voce entao!!!

http://anacristinap.blogspot.com/2011/10/blogagem-coletiva-de-esmaltes_14.html

bom final de semana, bjo bjo

Fernanda Reali disse...

Gratidão e carinho no tu post, que lindooo!


Eu lembro de 3 professores que eu adorava e sempre fico pensando o que ouve com eles...

Teve tanta blogagem coletiva que gente se perdeu.

E tem mosaico da Re e do mosaico da Marion. A gente conhece pessoas novas, adoro

mosaico da marion
http://www.criacoesemfamilia.com/2011/10/galeria-de-criacoes-compartilhadas-n3.html
(ela é gaúcha, quero conhecê-la em dezembro)

aqui o mosaico da rejane (que eu conheço pessoalmente e amo)
http://casacorpoecia.blogspot.com/2011/10/hoje-e-dia-de-mosaico-tema-livre.html
postei lá no 222

beijoooo

Chris Ferreira disse...

Oi Ingrid,
muito lindo o seu post. Sou licenciada em Matemática e acabei não seguindo a profissão. Hoje me pego pensando que talvez fosse mais realizada se tivesse seguido o caminho.
Muito legal a sua gratião.

Quanto ao seu comentário, concordo plenamente que a educação começa em casa e vejo muitos pais querendo que a escola tomes as rédeas da educação porque não querem fazer o papel de chatos. ALguns deixam isso bem claro na reuniões de pais.

beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

Marion disse...

Oooooi, eu sou a Marion, que a Fernanda Reali mencionou aí em cima... cheguei aqui por um tweet dela! e já fico esperando dezembro pra te conhecer - acabei de vir de um encontro de quase uma dúzia de blogueiras - tomamos um café na Casa de Cultura Mário Quintana. Foi ótimo! Também sou professora... na Universidade há 13 anos, mas antes disso, mais uns 13 em outros tipos de docência. Teu post... lindo! Abs. Marion

Unknown disse...

Realmente bons professores fazem toda a diferença em nossas vidas. Eu tive a graça de ter alguns, uma pena que no montante, foram poucos.
Hoje acho que não ha muito o que comemorar, essa classe é uma das mais desprestigiadas do nosso país, a comemorar apenas a alegria de ter tido alguns bons professores e ter aprendido muito com eles, não só português, matemática e ciências, mas lições de vida.

Parabéns pelo teu dia!

Beijos

Renatha disse...

Que lindo teu post Ingrid!
E super concordo com vc... Professor não é missionário! Para ser professor é necessário o "dom", assim como para qualquer outra PROFISSÃO, o que significa que devemos receber e ser valorizados como tal, já que lecionar é um trabalho e não um escolha de vida.

Parabéns pelo nosso dia!

Beijos...

Tani disse...

Já deixei mensagem no face, vai aqui outra vez. Parabéns pelo seu dia Ingrid. Pude perceber o amor que você tem pela profissão que escolheu e isso é tudo!

Não sou professora, mas como você tive muitos professores que marcaram minha vida e a dos meus filhos também. Foi pra eles e pra todos os professores o meu post de hoje.

Bjinhos

Paulo Lima disse...

Eu queria ter sido "Sôr" mais tempo... sinto falta disso. Não só pelo fato em si de ensinar, mas também por retribuir um pouco para a sociedade o que eu recebi. Vejo tanta gente pulando de mestrado em mestrado, de doutorado em doutorado, sem partilhar nada com essa juventude que tanto precisa de educação e estímulo...

Bjs
incubandoideias.blogspot.com

Anônimo disse...

Parabéns aos dois pelo dia e pela escolha de carreira!

Adorei o texto! Uma verdadeira homenagem!

Bjs
Ia

Beth Salvia disse...

Que coisa linda sua homenagem, sua memória da sala de aula, parbabéns, sou professora e estou lisongeada. Vou seguindo seu bloguito, bjs
http://bethhistoria.blogspot.com/2011/10/esmalte-e-educacao.html

Lola disse...

Pois é amiga...a vida é feita de exemplos e são através deles que traçamos nosso futuro! Parabéns!
Adorei o post, as imagens, a homenagem e é claro, as unhas! rs
Bjs

Unknown disse...

Ingrid e Paulo, parabéns a vcs dois.Eu fiz magistério e dei aula para primeira série durante dois anos e depoissssss, corri e me fui ao mundo da administração. Hj uso meu pouco conhecimento com meus pequenos, e as vezes tenho de lembra-los que tenho capacidade para ensina-los, sabe como é santo de casa não faz milagres. "Desabafo de mãe que estava ensinando matemática até agora" hehehe Beijos e muita PAZ.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...