Essa é pra minha mãe!

Dona Ciça, essa é pra ti. Já te ouvi cantar essa música tantas vezes que, quando pensava em algo pra te homenagear, caí na risada e cantei aquela música do Falcão:
"Ai, minha mãe, minha mãe,
Ai, minha mãe, minha mãe,
Ai, minha mãe, minha mãe,
É a mulher do meu pai"!
(continua depois do banho do Caio, que está até o pescoço de cocô!)

Voltandooo...


Sim, no caso a minha mãe é a mulher do meu pai, e não por acaso.

Mas ela também é a pessoa com quem sei que mais posso contar no mundo. Já me ajudou em situações muito difíceis, como as depressões pós-parto e o câncer de tireóide; tirou sarro das minhas trapalhadas e me mostrou que é possível (e necessário) saber rir de si mesma; deu limites à minha persistente impulsividade; ensinou a ter compaixão; mostrou que a simplicidade nos permitia usar a criatividade, quando não tínhamos a fartura desejada; mostrou que a fé faz uma tremenda diferença na vida; estimulou o gosto pela leitura, pelas artes plásticas, o turismo (mesmo em ônibus lotado e com a sacola cheia de lanches porque não podíamos gastar com as guloseimas dos parques e praças de POA) e também a apreciar a vida ao ar livre.


Claro, ela proporcionou um olhar sobre a vida que é único, o da superação dos limites e o do que o amor de uma mãe é capaz de enfrentar. E muito mais.

A dona Maria Cecília é guerreira, ativa (às vezes até demais), brava, cheia de garra e capaz de tirar a roupa do corpo porque não tem problema em dividir o que tem, vê todos os seres humanos como seu "próximo". Mas também foi minha primeria influência para me tornar bióloga, com seu amor à natureza e os saquinhos e mutirões para recolher lixo, antes mesmo de eu ouvir falar em ecologia.

Ela é aquela que espantava meus pretendentes a namorados; que agregava minhas amigas e confiava que eu sabia escolhê-las bem; a que sempre cuidou para que no meio da efervescência de milhares de salgadinhos e bolachas recheadas nós preferíssemos as frutas, as comidas integrais, mas sem radicalizar. Também nos fez tomar biotônico, sadol e emulsão Scott (a do peixe...)!!! - Mas que não deixou que me dessem gardenal porque estava na moda achar que todas as crianças eram hiperativas.
Se vestiu de papai noel, de gaúcho, de Araquém (lembram?), de palhaço... Fez festa de aniversário que acabou em menos de 5 minutos; não saiu pra ir ao supermercado sem passar um batonzinho; guardou minhas agendas, cadernos de recordação, proposta de doutorado nunca apresentada...
Fez propaganda, torceu pelo nosso namoro e sempre tomou o partido do meu marido - foi quem mais vibrou com nossa união.
A mãe é quem preparou muita gemada com canela e leite quente pra espantar as gripes no inverno e que jogava bexiguinhas com água lá da janela do 4º andar pra espantarmos o calor, porque é moleca, uma criança grande habita aquele coração.
Também tenho mil recordações das brigas, dos pegas-pra-capar e até das surras de colher de pau, mas elas nunca superaram o colo, o prato especial (arroz, feijão e banana) que minhas amigas de infância adoravam...hehehe! E o cheiro de mãe definitivamente foi um fator fundamental para querer retornar a Porto Alegre, depois de 7 anos fora daqui.
Ela me deu um irmão que não tenho como descrever em palavras, o melhor de todos!!!
E não fez questão de que eu me tornasse igual a ela, como se fossemos aquelas matrioshkas, bonecas que saem umas de dentro das outras, iguais, sendo apenas de tamanhos diferentes. Talvez por isso tenha sempre sido provocativa, não aceitasse de mim qualquer resposta e tenha me obrigado a aprender a argumentar e negociar, me impôr e a não aceitar qualquer coisa que me impusessem ou empurrassem. Queria que acreditasse em mim e me destacasse pelo que sou.

E, como avó, ela se supera... por isso as fotos. Mas sobre isso acho que vou falar no dia da vovó. Porque é supertarde e a Lalá está pedindo colo, cafuné e o Caio, como dormiu a tarde toda, está querendo subir na estante.

Nessa foto estamos com a minha avó paterna, que tem o privilégio de conhecer seus bisnetos. A avó materna teve esse privilégio algumas vezes, mas meus medonhos não tiveram o prazer de conhecer essa "bibi". Então, podemos comemorar o convívio entre 4 gerações e torcer pra que tenhamos essa bênção, de viver bastante para ver a vida tendo continuidade.










Beijo, mãe! Te amo!

3 pitaco(s):

Chris Ferreira disse...

LInda homenagem a sua mãe.
Feliz Dia da Mães para vocÊ.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/

Angele Lopes Fritsch disse...

Tu , Guidi, sempre linda nas tuas colocações! Abraço do coração, Ann

de Albuquerque disse...

Há adorei,nãO tenho mais mãe,ela não viu sus netos nascerem,desistiu qd seu velho(papai) morreu.

Mas falando serio,adorei se ainda tivesse mãe talves copiasse seu blog,mas na falta de mãe me emociono com as mães alheias.

Martha

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